“É possível ofertar uma alimentação saudável à criança”
Desde o primeiro dia de vida de Pedro, Juliana aprendeu a promover uma alimentação saudável para garantir o desenvolvimento integral do filho

A mãe de Pedro Valentim já esperava por ele. Depois de uma gravidez tranquila, o menino chegou aos braços de Juliana Machado por parto normal em outubro de 2018. E foi logo no segundo dia de vida, ainda na maternidade em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, que ela recebeu um convite especial: promover uma alimentação saudável para seu filho.
Lá mesmo, Juliana recebeu o guia Os 10 passos para alimentação e hábitos saudáveis: Do nascimento até os 2 anos de idade, desenvolvido pelo UNICEF. Ela foi convidada a aderir ao projeto de priorizar a amamentação exclusiva até os 6 meses e não ofertar alimentos açucarados ao filho até os 2 anos de idade. E disse sim para a iniciativa. A cartilha reúne dicas para mães, pais e cuidadores sobre como manter o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses do bebê, realizar uma introdução alimentar com sucesso e garantir hábitos saudáveis à criança desde os primeiros meses de vida.

Agora, já com 1 ano e 11 meses, Pedro segue recebendo leite materno e Juliana sempre prioriza alimentos naturais nas refeições. “Eu gosto muito de doces e sei o quanto isso é prejudicial. Então, eu queria ver se conseguia fazer diferente com ele. Quando me procuraram na maternidade e disseram que esse plano tem o ideal de evitar doenças como hipertensão e diabetes, confirmei que era isso mesmo que eu queria”, lembra Juliana.
Quando Pedro começou na creche, Juliana recebeu o auxílio de nutricionistas com uma declaração que informava que, por interesse da família, ele não poderia receber alimentos com açúcar em sua alimentação.
“[O guia] é muito esclarecedor quanto à amamentação, a livre demanda, e quanto a alimentos que às vezes nem sabemos que já podemos ofertar pro bebê na introdução alimentar”, conta. Para compartilhar o conhecimento, Juliana emprestou a cartilha para uma amiga que iniciaria a alimentação do seu bebê. Para ela, ter acesso a essas informações foi essencial para as escolhas que tomou na alimentação de Pedro. “Fez, com certeza, a diferença para a alimentação saudável do meu filho, já gerou muitos benefícios para ele e vai gerar mais a longo prazo”, diz.

Várias receitas já entraram para a rotina da família: picolés de frutas, feitos de sucos congelados, bolinhos sem açúcar e sem farinha com coco ralado, cacau e frutas secas, e até “brigadeiro” sem açúcar Juliana já aprendeu a fazer. A família inteira passou a participar da decisão e até a avó, mesmo sempre cozinhando bolos para a família, não oferta alimentos com açúcar para o neto. “É cultural dar bolachas quando a criança começa a comer, ou para que ela fique distraída”, diz Juliana. “Mas existem muitas coisas boas pra criança comer que são saudáveis, que vão adorar, e que não são caras. É possível sim ofertar uma alimentação saudável e não é necessário tanto esforço. A gente como mãe também se sente muito bem em fazer isso”, completa, orgulhosa.
Parceria pela alimentação saudável
Para que mais mães, pais, famílias e cuidadoras e cuidadores tenham acesso à informação como Juliana, o UNICEF, em parceria com a empresa de seguros Axa, vai atuar em 10 maternidades de 10 capitais brasileiras, capacitando os profissionais de saúde com materiais e informações sobre aleitamento materno e alimentação complementar saudável, de modo a alcançar, no mínimo, 10 mil mães puérperas e seus acompanhantes. O projeto ocorre nas maternidades credenciadas como parte da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que implementam práticas que promovem o aleitamento materno exclusivo desde as primeiras horas de vida.