O mapa da primeira infância no Rio de Janeiro
Conheça os indicadores para a promoção dos direitos da primeira infância entre 2016 e 2019
A maioria das regiões do Rio de Janeiro que tinham as mais altas taxas de mortalidade neonatal em 2016 registrou redução nesses números em 2019. De oito delas, seis tiveram melhora: Santa Cruz, na Zona Oeste (RP 5.3), Ramos, na Zona Norte (RP 3.1), Bangu (RP 5.1), Jacarepaguá (RP 4.1), Campo Grande (RP 5.2) — todas na Zona Oeste da cidade — e Inhaúma, na Zona Norte (RP 3.4). Nessas regiões, a redução significou 27 bebês a menos morrendo em comparação com a taxa de 2016. Mas houve também piora em duas regiões desse grupo: Guaratiba, na Zona Oeste (RP 5.4), e Penha, na Zona Norte (RP 3.5).
Além disso, outras duas áreas da cidade que, em 2016, não estavam entre as que detinham as taxas mais altas — Ilha do Governador (RP 3.7) e Madureira (RP 3.3) — passaram a ter as taxas mais altas da cidade em 2019. Na Ilha do Governador, o aumento foi de 7,40 mortes por 1.000 nascidos vivos para 13,10. E, em Madureira, de 7,04 para 11,40 mortes por 1.000.
Nesse mesmo período, de 2016 a 2019, a incidência de sífilis congênita na cidade do Rio de Janeiro caiu 12%, enquanto o percentual de crianças menores de 5 anos com sobrepeso infantil aumentou 7%.
A mortalidade neonatal1 no Rio de Janeiro caiu 3% no período entre 2016 e 2019. Passou de 8,22 para 7,99 mortes por 1.000 bebês nascidos vivos. Essa redução não foi suficiente para que a cidade alcançasse o valor de referência de 7,69 mortes por 1.000 bebês nascidos vivos, calculado pela Plataforma de Centros Urbanos. A taxa em 2019 melhorou em comparação a 2016, porém vem aumentando anualmente desde 2017, quando a taxa carioca tinha chegado a 7,48 mortes por mil.

1Mortalidade neonatal é o número de óbitos de bebês de 0 a 27 dias de vida completos, por 1.000 nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
Mortalidade neonatal – 2016-2019 – Rio de Janeiro
Taxa por 1.000 nascidos vivos
O enfrentamento da sífilis congênita2 teve resultado no Rio de Janeiro. A queda na incidência da doença foi de 12% entre 2016 e 2019. Passou de 16,41 casos de bebês de até 1 ano em cada 1.000 nascidos vivos para 14,39 no período.

2Sífilis congênita é a infecção do feto pela bactéria Treponema pallidum, transmitida da mãe para o bebê pela placenta, em qualquer momento da gestação. Se não for tratada, poderá causar uma série de problemas desde aborto até má formação no bebê.
Sífilis congênita – 2016-2019 – Rio de Janeiro
Taxa por 1.000 nascidos vivos
A proporção de crianças menores de 5 anos acompanhadas com indicação de peso elevado para a idade3 cresceu 7% no Rio de Janeiro durante o período analisado. Passou de 7% para 7,49% entre 2016 e 2019.

3Sobrepeso infantil – O indicador é a proporção de crianças de até 5 anos acompanhadas com peso elevado para a idade. O excesso de peso na infância afeta diretamente o crescimento e o desenvolvimento da criança, aumentando o risco de hipertensão e de doenças cardiovasculares, diabetes, dificuldades respiratórias, além de outras consequências ao longo da vida.
Sobrepeso infantil – 2016-2019 – Rio de Janeiro
Proporção de crianças menores de 5 anos com indicação de peso elevado para a idade
Em síntese
A Cidade do Rio de Janeiro obteve uma pequena melhora na taxa de mortalidade neonatal entre 2016 e 2019. Esse desempenho, porém, não permitiu alcançar o valor de referência calculado pela Plataforma dos Centros Urbanos. Embora a situação tenha melhorado na maioria das regiões com as piores taxas em 2016, em outras a mortalidade neonatal aumentou, mantendo o patamar de desigualdade. O Rio de Janeiro avançou no enfrentamento da sífilis congênita, mas registrou um retrocesso na incidência do sobrepeso infantil, indicando a necessidade de políticas públicas específicas.