UNICEF lança apelo de financiamento de emergências no valor de 9,4 mil milhões de dólares destinados a apoiar crianças afectadas por conflitos, pela crise climática e pela COVID-19
Os fundos irãoo apoiar programas essenciais destinados a mais de 177 milhões de crianças que precisam de ajuda em 145 países e territórios durante 2022

GENEBRA/NOVA IORQUE/NAIROBI, 7 de Dezembro de 2021 - O UNICEF lançou hoje um apelo de financiamento de emergências no valor recorde de 9,4 mil milhões de dólares para alcançar tingir mais mais de 327 milhões de pessoas - incluindo 177 milhões de crianças - afectadas por crises humanitárias e pela pandemia da COVID-19 em todo o mundo.
O apelo é superior ao do ano passado em 24 por cento, uma vez que as necessidades humanitárias continuam a aumentar.
"Milhões de crianças em todo o mundo estão a sofrer os impactos de conflitos, de eventos climáticos extremos e da crise climática", disse a Directora Executiva do UNICEF, Henrietta Fore. "À medida que a pandemia da COVID-19 se aproxima do seu terceiro ano, a situação destas crianças agrava-se devido à instabilidade das economias e ao aumento da pobreza e da desigualdade. Como sempre, são as crianças que já vivem em situação de crise que são as mais duramente atingidas. Elas precisam de ajuda urgente".
O apelo inclui 2 mil milhões de dólares para a resposta do UNICEF no Afeganistão, onde 13 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária urgente. Estas incluem 1 milhão de crianças que enfrentam desnutrição aguda grave, numa altura em que o sistema de saúde está à beira do colapso. O apelo do UNICEF ao Afeganistão é o maior apelo de sempre do UNICEF para um único país.
Serão atribuídos mais 933 milhões de dólares ao Acelerador de Acesso a Ferramentas COVID-19 (ACT-A), um esforço global para acelerar o desenvolvimento, produção e acesso equitativo a testes, tratamentos e vacinas para a COVID-19. Dado que a pandemia continua a criar disrupções na educação, saúde, nutrição e bem-estar das crianças em todo o mundo, fornecer as ferramentas necessárias para a controlar requer um apoio urgente.
Na África Oriental e Austral, as necessidades nunca foram maiores. O UNICEF necessitará de 1,09 mil milhões de dólares para prestar serviços que salvam vidas a 95 milhões de crianças na região, incluindo na Etiópia, onde 15,6 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária e onde os violentos conflitos forçaram à deslocação centenas de milhares de pessoas no Norte do país, o UNICEF irá necessitar 351 milhões de dólares para continuar a salvar vidas. O Sul do Sudão (186,3 milhões de dólares), Moçambique (98,8 milhões de dólares), Somália (177 milhões de dólares), e Madagáscar (40 milhões de dólares) também precisam urgentemente de apoio humanitário.
O UNICEF irá precisar adicionalmente de 909 milhões de dólares para a crise dos refugiados na Síria, outros 334 milhões de dólares para a crise na Síria, 484 milhões de dólares para a resposta no Iémen, e mais de 356 milhões de dólares para programas na República Democrática do Congo.
O apelo de financiamento deste ano, o maior de sempre do UNICEF, surge também num contexto de escalada de conflitos que têm conduzido milhões de crianças e as suas comunidades para o precipício. Os ataques a crianças que vivem em países em conflito, incluindo ataques a infra-estruturas civis críticas para a sobrevivência das crianças, prosseguem a um ritmo alarmante. Cerca de 24.000 violações graves contra crianças foram confirmadas no ano passado, ou 72 violações por dia.
Também as alterações climáticas estão a agravar a dimensão e a intensidade das emergências. O número de catástrofes relacionadas com o clima triplicou nos últimos 30 anos. Hoje, mais de 400 milhões de crianças vivem em zonas de vulnerabilidade hídrica elevada, ou extremamente elevada.
Como parte da sua Acção Humanitária para as Crianças (Humanitarian Action for Children), que lança os apelos da agência 2022, o UNICEF planeia alcançar:
- 7,2 milhões de crianças com tratamento para desnutrição aguda grave;
- 62,1 milhões de crianças com vacinação contra o sarampo;
- 53,4 milhões de pessoas com acesso a água segura para beber e necessidades domésticas;
- 27,9 milhões de crianças e prestadores de cuidados com acesso à serviços de saúde mental e apoio psicossocial;
- 21,3 milhões de crianças e mulheres vítimas de violência baseada no género, através de acções de mitigação ou prevenção de risco ou respostas de intervenção;
- 51,9 milhões de pessoas através da criação de canais seguros e acessíveis, junto de trabalhadores humanitários, para a denúncia de exploração e abuso sexual;
- 77,1 milhões de crianças com educação formal ou não formal, incluindo a aprendizagem precoce; e
- 23,6 milhões de lares com assistência em dinheiro.
Com o apoio de parceiros, em 2021, foi possível alcançar:
- 2,4 milhões de crianças tratadas contra a desnutrição aguda grave;
- 5 milhões de crianças e prestadores de cuidados com acesso à saúde mental e apoio psicossocial;
- 34 milhões de pessoas com o fornecimento de água segura para beber, cozinhar e higiene pessoal;
- 22,4 milhões de crianças e mulheres que receberam serviços de cuidados de saúde essenciais nas instalações apoiadas pelo UNICEF;
- 110,7 milhões de crianças com acesso à educação formal ou não formal, incluindo a aprendizagem precoce;
- Mais de 812,2 milhões de pessoas com acesso a mensagens-chave sobre a prevenção de doenças e acesso a serviços de saúde;
- 3,2 milhões de pessoas com acesso a canais seguros para denunciar exploração e abuso sexual;
- 8,6 milhões de mulheres, raparigas e rapazes que beneficiam de intervenções de mitigação do risco, prevenção ou resposta à violência baseada no género; e
- 14,9 milhões de agregados familiares que receberam assistência humanitária sob a forma de transferências em dinheiro.
O Relatório da Acção Humanitária para as Crianças deste ano é lançado durante o evento CY21, um Fórum Global para Crianças e Jovens que reúne líderes, peritos, responsáveis pela mudança e influenciadores, juntamente com crianças e jovens. O fórum visa acelerar soluções comprovadas e novas, inspirar compromissos para criar a mudança necessária, e mobilizar conhecimento e recursos para promover os Direitos da Criança com vista ao cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
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