Como educadores podem falar sobre a covid-19

Dicas para tranquilizar e proteger crianças e adolescentes, debatendo o tema de acordo com a idade

UNICEF
um grupo de estudantes pequenos está usando uma bica comunitária em sua escola
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
18 março 2020

À medida que as pessoas em todo o mundo buscam proteger-se, e proteger suas famílias e comunidades contra a doença do coronavírus (covid-19), é importante que também as crianças continuem a aprender. E elas podem fazer isso em um ambiente acolhedor, respeitoso, inclusivo e solidário.

Escolas e educadores têm um papel fundamental. Compartilhar informações precisas e baseadas em fatos científicos sobre a covid-19 reduz o medo e a ansiedade dos estudantes, e promove a capacidade de lidar com impactos secundários em sua vida.

Aqui estão algumas sugestões de como educadores podem envolver crianças e adolescentes de diferentes idades (educação infantil, ensino fundamental anos iniciais, ensino fundamental anos finais e ensino médio) na prevenção e no controle da propagação da Covid-19 e de outros vírus. Quaisquer conversas ou atividades devem sempre considerar as necessidades específicas de crianças e adolescentes e as orientações das autoridades educacionais, e devem ser baseadas em fontes confiáveis, como o UNICEF, a Opas/OMS e o Ministério da Saúde.


Educação infantil

  • Enfatize bons hábitos de saúde, como cobrir o nariz e a boca com a parte interna do cotovelo flexionado ao espirrar ou tossir e lavar as mãos com água e sabão com frequência. Veja aqui mais informações sobre como evitar o risco de infecção.
  • Uma das melhores maneiras de manter crianças e adolescentes seguros contra o coronavírus é estimulá-los a lavar as mãos com água e sabão frequentemente, por pelo menos 20 segundos. Não precisa ser uma conversa assustadora, torne a atividade divertida, cante e dance. Veja sugestões.
  • Pense em uma maneira de monitorar a lavagem das mãos, e dê prêmios para aqueles que o fizerem com frequência e no momento certo.
  • Utilize bonecos ou marionetes para demonstrar os sintomas (espirros, tosse e febre), e o que fazer se eles se sentirem doentes (por exemplo, se a cabeça doer, se a barriga doer, caso se sintam muito cansados) e como confortar alguém que está doente (cultive atitudes de empatia e cuidado).
  • Quando forem sentar-se em roda, distribua as crianças para que fiquem mais afastadas umas das outras; sugira que elas façam alongamento, “abram as asas”, sempre mantendo espaço para que não encostem nos colegas.

 

um menino, que está numa roda na escola, olha para a câmera sorrindo. Todos estão sentados no chão
UNICEF/BRZ/Ratão Diniz


Ensino fundamental – anos iniciais

  • Ouça as preocupações das crianças e responda às suas perguntas da forma mais adequada à faixa-etária; não as sobrecarregue com muita informação. Estimule-as a expressar-se e a comunicar seus sentimentos. Discuta as diferentes reações que elas podem vivenciar e explique que são normais em uma situação fora do comum.
  • Enfatize às crianças que elas podem contribuir muito para sua própria segurança e para a segurança de outras pessoas. Por exemplo, introduza o conceito de distanciamento social (manter-se afastado de amigos, evitar aglomerações, não tocar as pessoas desnecessariamente, etc.); concentre-se em hábitos saudáveis, como cobrir o nariz e a boca com a parte interna do cotovelo flexionado ao tossir ou espirrar e lavar as mãos com água e sabão com frequência. Veja aqui mais informações sobre como evitar o risco de infecção.
  • Ajude as crianças a entender os conceitos básicos de prevenção e controle. Faça exercícios que demonstrem de que maneira os germes podem se propagar. Por exemplo, use água colorida para borrifar um pedaço de papel, observando como as gotículas se espalham.
  • Demonstre como é importante lavar as mãos com água e sabão por 20 segundos. Por exemplo, coloque uma pequena quantidade de tinta guache nas mãos dos estudantes, e peça que lavem as mãos apenas com água e que percebam quanta tinta restou. Então peça que repitam a lavagem por 20 segundos, agora com água e sabão.
  • Peça que os estudantes analisem textos nos quais identifiquem comportamentos de risco, e que sugiram atitudes mais seguras. Por exemplo, um professor vem para a escola resfriado. Ele espirra e cobre o nariz com as mãos, e então cumprimenta um colega, limpa sua mão com um lenço de pano e segue para a sua sala de aula. O que o professor fez que foi arriscado? O que ele deveria ter feito?


Ensino fundamental – anos finais

  • Ouça os estudantes e suas preocupações e responda às suas perguntas.
  • Enfatize que eles podem contribuir muito para sua própria segurança e para a segurança de outros. Por exemplo, introduza o conceito de distanciamento social; enfoque em hábitos saudáveis, como cobrir o nariz e a boca com a parte interna do cotovelo flexionado ao tossir ou espirrar e lavar as mãos com água e sabão com frequência. Veja aqui mais informações sobre como evitar o risco de infecção.
  • Lembre aos estudantes que eles podem compartilhar comportamentos saudáveis com seus familiares.
  • Estimule os estudantes a prevenir e lidar com estigma. Discuta as diferentes reações de discriminação que podem vivenciar, e explique que são comuns em situações emergenciais. Estimule-os a expressar-se e comunicar seus sentimentos, mas explique também que medo e estigma tornam a situação ainda mais difícil. Palavras são importantes, e usar expressões que criam estereótipos pode impedir que as pessoas tomem atitudes desnecessárias para a própria proteção. 
  • Incentive o Grêmio Estudantil a promover ações sobre saúde pública.
  • Estimule os estudantes a produzir seus próprios Anúncios de Saúde para divulgação no ambiente escolar.
  • Incorpore a outras disciplinas aspectos relevantes de educação em saúde. Ciências podem abranger o estudo de transmissão de doenças e a importância das vacinas. Estudos sociais podem centrar-se na história de pandemias e na evolução das políticas de saúde pública. A alfabetização em mídias pode empoderar estudantes para que sejam pensadores críticos e tornem-se bons comunicadores e cidadãos participativos, o que pode aprimorar sua capacidade de identificar informações erradas.
adolescentes estão fazendo experiências químicas em laboratório de escola
UNICEF/BRZ/João Ripper


Ensino médio

  • Ouça os estudantes e suas preocupações, e responda às suas perguntas.
  • Enfatize que eles podem contribuir muito para sua própria segurança e para a segurança de outros. Por exemplo, introduza o conceito de distanciamento social; enfoque em hábitos saudáveis, como cobrir o nariz e a boca com a parte interna do cotovelo flexionado ao tossir ou espirrar e lavar as mãos com água e sabão com frequência. Veja aqui mais informações sobre como evitar o risco de infecção.
  • Estimule os estudantes a prevenir e lidar com estigma. Discuta as diferentes reações de discriminação que podem vivenciar e explique que são comuns em situações emergenciais. Estimule-os a expressar-se e comunicar seus sentimentos, mas explique também que medo e estigma tornam a situação ainda mais difícil. Palavras são importantes, e usar expressões que criam estereótipos pode impedir que as pessoas tomem atitudes desnecessárias para a própria proteção. 
  • Incorpore a outras disciplinas aspectos relevantes de educação em saúde. Ciências podem abranger o estudo de transmissão de doenças e a importância das vacinas. Estudos sociais podem centrar-se na história de pandemias e na evolução das políticas de saúde pública, e como elas podem promover a tolerância e a coesão social.
  • Estimule os estudantes a produzir seus próprios Anúncios de Saúde para divulgação em mídias sociais, em um canal de TV ou em uma estação de rádio local.
  • A alfabetização em mídias pode empoderar estudantes para que sejam pensadores críticos e tornem-se bons comunicadores e cidadãos participativos, o que pode aprimorar sua capacidade de identificar informações erradas.