Covid-19: Perguntas frequentes
Dicas e orientações para proteger sua família durante a pandemia de covid-19

A pandemia de covid-19 mudou a vida de crianças, adolescentes e suas famílias em todo o mundo. O UNICEF está trabalhando com especialistas em saúde e comunicação para difundir a verdade em vez de o medo, trazendo orientação confiável e respondendo a algumas das perguntas que as famílias possam ter.
* Esta página foi atualizada em 7 de fevereiro de 2022.
O que é covid-19?
Covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada por um coronavírus descoberto em 2019 chamado Sars-CoV-2. O nome da doença foi formado por um grupo de letras: 'co' de corona, 'vi' de vírus e 'd' de doença.
Quais são os sintomas da covid-19?
Muitos sintomas da covid-19 são semelhantes aos da gripe, do resfriado e de outras doenças respiratórias. Portanto, um teste é necessário para confirmar se alguém tem covid-19. Os sintomas podem aparecer de 2 a 14 dias após a exposição ao vírus e podem variar de doença muito leve a mais grave. Algumas pessoas que foram infectadas não apresentaram sintomas.
Os sintomas mais comuns são febre, tosse e cansaço. Outros sintomas menos comuns podem incluir dores musculares ou no corpo, dor de cabeça, perda de paladar ou olfato, dor de garganta, congestão nasal ou nariz escorrendo, diarreia, náuseas e vômitos, dor abdominal e erupções na pele. Já os sintomas mais graves podem apresentar dificuldade para respirar, confusão mental, dor no peito e perda da mobilidade. Além desses sintomas, bebês e crianças pequenas podem ter dificuldade em se alimentar.
Crianças de qualquer idade podem ficar doentes com covid-19. Embora crianças e adultos apresentem sintomas semelhantes, as crianças geralmente apresentam doenças menos graves do que os adultos.
Nas crianças, os sintomas que requerem atenção médica urgente incluem dificuldade para respirar/respiração rápida ou superficial (também grunhidos, incapacidade dos bebês de mamar), lábios ou rosto azuis, confusão mental, incapacidade de despertar/não interagir, incapacidade de beber ou reter qualquer líquido e fortes dores de estômago.
Como o vírus que causa a covid-19 se propaga?
O vírus pode se propagar pela boca ou nariz de uma pessoa infectada em pequenas gotículas quando ela tossir, espirrar, falar, cantar ou respirar. Essas partículas podem variar em tamanho, desde gotículas respiratórias maiores até aerossóis menores, e as pessoas podem transmitir o vírus, estejam ou não exibindo sintomas da doença.
Até agora, as evidências sugerem que o vírus se propaga principalmente entre pessoas que estão em contato próximo umas com as outras, em geral, menos de 1 metro de distância. Uma pessoa pode ser infectada quando aerossóis ou gotículas contendo o vírus são inalados ou entram em contato direto com os olhos, o nariz ou a boca.
O vírus se propaga mais facilmente em ambientes internos mal ventilados e/ou com muita gente, onde as pessoas tendem a passar mais tempo. Locais internos, especialmente aqueles com pouca ventilação, são mais arriscados do que locais externos.
As pessoas também podem ser infectadas ao tocar na boca, no nariz ou nos olhos após tocar em superfícies contaminadas com o vírus.
As vacinas contra a covid-19 são seguras e eficazes?
Sim, embora as vacinas contra a covid-19 estejam sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas rapidamente, elas passam por testes rigorosos em ensaios clínicos para provar que atendem aos padrões de referência internacionalmente acordados para segurança e eficácia. Somente se atender a esses padrões, uma vacina pode receber validação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de agências reguladoras nacionais, como é o caso da Anvisa no Brasil.
Como as vacinas contra a covid-19 funcionam?
Minha criança ou meu adolescente poderá tomar a vacina contra a covid-19?
Neste momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os países vacinem as crianças somente quando a alta cobertura vacinal com duas doses for alcançada em grupos de uso prioritário mais alto.
Entretanto, um número crescente de vacinas está sendo aprovado para uso em crianças e adolescentes, por isso é importante manter-se informado sobre as orientações das autoridades de saúde locais e nacionais. As vacinas Moderna e Pfizer já foram aprovadas pela OMS para uso em adolescentes. No Brasil, a Anvisa já aprovou o uso da Coronavac e da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos de idade e recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI)
Mesmo com a vacina, lembre sempre seus filhos e filhas da importância de todos nós tomarmos precauções para proteger uns aos outros, como evitar espaços lotados, manter distanciamento físico, lavar as mãos e usar máscara.
É fundamental que as crianças e os adolescentes continuem a receber as outras vacinas de rotinas disponíveis no PNI.
Ouvi dizer que existem variantes do vírus que causa a covid-19. O que isso significa?
É normal que os vírus sofram mutações ao longo do tempo. Especialistas estão constantemente monitorando novas variantes do coronavírus que causa a covid-19, incluindo a Ômicron, para ver se elas se espalham mais facilmente, causam doenças mais graves ou podem ter impacto na eficácia das vacinas.
Novas variantes como a Ômicron são um lembrete de que a pandemia de covid-19 está longe de terminar. Portanto, é essencial que as pessoas recebam a vacina quando estiverem disponíveis e continuem a seguir as orientações existentes sobre a prevenção da propagação do vírus, incluindo distanciamento físico, uso de máscaras, lavagem regular das mãos e manutenção das áreas internas bem ventiladas.
Em última análise, enquanto o vírus continuar se espalhando em qualquer lugar do mundo, ele terá mais chances de se transformar em novas variantes, como a Delta e a Ômicron. O caminho mais claro para sair da pandemia é garantir que todos os países tenham acesso igual às ferramentas para combater a covid-19 – testes, tratamentos e vacinas que salvam vidas. Quanto mais pessoas forem protegidas globalmente, haverá menos espaço para o surgimento de novas variantes e mais cedo poderemos acabar com a pandemia.
Alguma dessas novas variantes do coronavírus é mais perigosa para as crianças e os adolescentes?
Os especialistas continuam monitorando essas variantes em todo o mundo para entender melhor seu impacto, inclusive nas crianças. Até agora, as evidências não sugerem que essas variantes afetem de forma diferente crianças e adolescentes, e doenças graves permanecem relativamente raras.
Pais e mães devem continuar a incentivar suas crianças e seus adolescentes a que tomem as mesmas precauções de antes para ajudar a prevenir o contágio e a disseminação da covid-19.
As vacinas contra a covid-19 funcionam contra as novas variantes?
Especialistas em todo o mundo estão estudando continuamente como as novas variantes afetam o comportamento do vírus, incluindo qualquer impacto potencial na eficácia das vacinas contra a covid-19.
Mas, enquanto isso, o importante é se vacinar e continuar tomando as medidas para reduzir a propagação do vírus – o que ajuda a reduzir as chances de mutação do vírus –, incluindo distanciamento físico, uso de máscara, boa ventilação, lavagem regular das mãos e busca de atendimento precoce se tiver sintomas.
Eu recebi a vacina, ainda preciso fazer o teste de covid-19?
Se você recebeu todas as doses recomendadas da vacina contra a covid-19, mas está apresentando sintomas da doença, deve entrar em contato com um(a) profissional de saúde para saber se deve fazer o teste.
O que é ‘covid longa’? Crianças e adolescentes podem ser afetados?
Condição pós-covid-19, também às vezes referida como ‘covid longa’ ou ‘covid persistente’, é um termo usado para descrever sintomas que persistem por semanas ou meses em algumas pessoas após a recuperação inicial da infecção da covid-19.
Mais pesquisas são necessárias para entender melhor os efeitos de longo prazo da covid-19, mas adultos jovens e crianças sem condições médicas crônicas subjacentes, bem como aqueles que experimentaram sintomas leves durante a infecção aguda de covid-19, também foram afetados. Não se sabe ao certo o número de crianças e adolescentes com ‘covid longa’. Se seu filho ou filha ou algum membro da família apresentar sintomas novos ou persistentes após a infecção aguda por covid-19, você deve consultar imediatamente um(a) profissional de saúde.
Como posso me proteger e proteger os outros da covid-19?
Ondas recentes de covid-19 em alguns países são um lembrete da importância de continuar a tomar precauções. Aqui estão algumas coisas que você e sua família podem fazer para ajudar a evitar a infecção:
- Evitar locais lotados, espaços confinados e fechados com pouca ventilação e tentar praticar o distanciamento físico entre as pessoas em público, mantendo pelo menos 1 metro de distância entre você e os outros.
- Usar uma máscara quando estiver em locais públicos onde haja transmissão comunitária.
- Lavar as mãos com frequência usando água e sabão ou álcool em gel a 70% (leia: Tudo o que você precisa saber sobre como lavar as mãos para se proteger contra o coronavírus).
- Manter todos os espaços internos bem ventilados.
- Cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou lenço de papel ao tossir ou espirrar. Descartar o lenço usado imediatamente em lixo, após de colocá-lo em um saquinho fechado, e higienizar as mãos.
- Limpar e desinfetar regularmente as superfícies tocadas com frequência, como telefones, maçanetas, interruptores de luz e bancadas.
- Procurar atendimento médico o quanto antes se você ou seu filho ou filha tiver febre, tosse, dificuldade para respirar ou outros sintomas de covid-19.
Devo usar uma máscara cirúrgica para me proteger contra a covid-19?
O uso de máscara cirúrgica é recomendado se você tiver sintomas gripais ou com covid-19 confirmada para proteger outras pessoas, ou se estiver cuidando de alguém que possa ter covid-19.
Se forem usadas máscaras cirúrgicas, elas devem ser usadas e descartadas de maneira adequada para garantir sua eficácia e evitar qualquer risco aumentado de transmissão do vírus. Máscaras descartáveis devem ser usadas apenas uma vez e trocadas pelo menos de três em três horas.
O uso de máscara por si só não é suficiente para interromper infecções e deve ser combinado com lavagem frequente das mãos e evitar aglomerações e o contato próximo com qualquer pessoa com sintomas de gripe ou resfriado (tosse, espirros, febre).
Como a covid-19 afeta crianças e adolescentes?
Ainda estamos aprendendo como isso afeta as crianças e os adolescentes. Sabemos que é possível que pessoas de qualquer idade sejam infectadas e transmitam o vírus, embora pessoas mais velhas e/ou com problemas de saúde preexistentes tenham maior probabilidade de desenvolver a doença na forma mais grave.
Há relatos de uma síndrome inflamatória multissistêmica rara (MIS-C), mas grave, que afeta crianças e adolescentes, possivelmente associada à covid-19. Embora não se limitem a essas manifestações clínicas, as características incluem: febre persistente; irritação na pele; olhos vermelhos ou rosa; lábios, língua, mãos, pés inchados e/ou vermelhos; problemas gastrointestinais; pressão sanguínea baixa; fluxo de sangue insuficiente para os órgãos; e outros sinais de inflamação.
As crianças e os adolescentes com esses sintomas devem procurar imediatamente atendimento médico. O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais, mas os relatórios iniciais sugerem que a maioria dos casos respondeu bem ao tratamento anti-inflamatório.
Embora crianças e adolescentes não sejam os mais afetados, diretamente, pelo vírus, elas e eles são as vítimas ocultas da covid-19, sofrendo de forma mais intensa as consequências da pandemia no médio e longo prazos.
Estudos confirmam os grandes impactos do fechamento das escolas na vida de meninas e meninos, em especial aqueles em situação de maior vulnerabilidade. O direito à educação deve ser sempre garantido e priorizado, com as escolas implementando todas as orientações para a prevenção da covid-19. A esses cuidados se soma a vacinação contra a covid-19. Esse é o caso do Brasil, que está com 70% da população imunizada, e as vacinas agora estão disponíveis também para crianças a partir de 5 anos. Mas também é fundamental esclarecer que o fato de uma criança não ser vacinada contra a covid-19 não pode impedir o seu acesso à escola. O direito à educação não pode ser negado porque outro direito (o direito à vacinação) não foi realizado.
>> Leia: Impactos primários e secundários da covid-19 em crianças e adolescentes
>> Leia: Nesta volta às aulas, é urgente ir atrás de quem deixou a escola ou não conseguiu aprender na pandemia
O que devo fazer se meu filho ou filha apresentar sintomas de covid-19?
Procure atendimento precoce se seu filho ou filha estiver apresentando sintomas e evite ir a locais públicos (local de trabalho, escolas, transporte público) para evitar que o vírus se propague para outras pessoas.
Que precauções devo tomar com minha família se viajarmos?
Qualquer pessoa que esteja planejando uma viagem deve sempre seguir as orientações locais e nacionais sobre se é aconselhável viajar. Aqueles que viajam devem verificar o aviso de seu destino para quaisquer restrições à entrada, especialmente para fora do Brasil. Se estiver viajando de avião, também é recomendável consultar as diretrizes da companhia aérea do seu voo. Siga, durante a viagem, as mesmas medidas de proteção individual.
Além de tomar precauções padrão de viagens, e para evitar ser colocado(a) em quarentena ou ter negada a reentrada em seu país de origem, é aconselhável verificar a atualização mais recente sobre a covid-19 no site da International Air Transport Association (disponível somente em inglês), que inclui uma lista de países e medidas de restrição.
Mulheres grávidas podem transmitir covid-19 para o feto?
Neste momento, ainda não sabemos se o vírus pode ser transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez. Até o momento, o vírus que causa a covid-19 não foi encontrado no fluido vaginal, no sangue do cordão umbilical, no leite materno, no líquido amniótico ou na placenta. A pesquisa ainda está em andamento. As mulheres grávidas devem continuar seguindo as precauções adequadas para se proteger da exposição ao vírus e procurar atendimento médico precocemente, se apresentarem sintomas gripais.
É seguro para uma mãe amamentar se ela estiver infectada com covid-19?
Sim, o aleitamento materno deve continuar com as devidas precauções. Não há evidências até o momento de que o vírus que causa a covid-19 seja transmitido pela amamentação. O leite materno fornece anticorpos que protegem os bebês contra muitas infecções. O aleitamento materno reduz significativamente o risco de morte em recém-nascidos e crianças pequenas, proporciona benefícios para a saúde das crianças ao longo da vida e também melhora a saúde das mães.
As precauções incluem usar uma máscara cirúrgica, se disponível, lavar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel antes e depois de tocar no bebê e limpar e desinfetar rotineiramente as superfícies em que você tocou.
>> Leia: Amamentar com segurança durante a pandemia de covid-19
Estou preocupado com o bullying, a discriminação e a estigmatização. Qual é a melhor maneira de falar sobre o que está acontecendo?
É compreensível se você estiver preocupado(a) com o coronavírus. Mas o medo e o estigma tornam uma situação difícil ainda pior.
As emergências de saúde pública são momentos estressantes para todos os afetados. É importante manter-se informado(a) e ser gentil e solidário(a) uns com os outros. As palavras são importantes e o uso de uma linguagem que perpetua os estereótipos existentes pode impedir que as pessoas sejam testadas e tomem as medidas necessárias para se proteger e proteger suas comunidades.
>> Leia: Como falar com suas crianças sobre o novo coronavírus (covid-19)
>> Leia: Como adolescentes podem proteger sua saúde mental durante o surto de coronavírus
Há muita desinformação online sobre a covid-19 e sobre as vacinas. O que devo fazer?
Existem muitos mitos e desinformação sobre a covid-19 e as vacinas sendo compartilhados online. Obtenha fatos verificados e conselhos de fontes confiáveis, como a autoridade de saúde, ONU, UNICEF, OMS.
A covid-19 foi descrita como uma “pandemia”. O que isso significa?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Assim, não é uma indicação do número de pessoas que foram infectadas pelo vírus.
Leia: Declaração do UNICEF sobre a pandemia de covid-19
Esta página foi atualizada em 7 de fevereiro de 2022.