A gente não pode sair, mas as histórias podem!

Valentina e a mãe descobriram o Deixa que Eu Conto para incentivar momentos de aprendizado e diversão dentro de casa

UNICEF Brasil
31 maio 2021

“Sabia que antes as meninas não podiam ir pra escola? Só os meninos podiam”, diz Valentina Shimuta, explicando o que aprendeu durante uma leitura do livro de Malala. Ela tem apenas 5 anos, mas tem histórias para contar equivalentes ao dobro de sua idade. Isso porque a menina é uma amante de histórias e, como descreve a mãe, Erika Shimuta, curiosa. “Com ela, não adianta mudar de assunto”, explica.

Desde bebê, Erika contava histórias para a filha, um hábito que se transformou em momentos de leitura conforme ela crescia. Antes da pandemia, ir a livrarias infantis e contações de histórias já era um costume para as duas, que adoravam buscar livros, ler, e ouvir. “Procuro contar histórias reais de uma maneira que ela entenda,” diz a mãe. Entre os livros preferidos da menina, está o do macaco Vanderlei, que ela sabe de cor e faz questão de mostrar e contar a história. “Eu já sei ler algumas sozinha”, diz Valentina.

Por conta da rotina, ligar a televisão durante a semana era raro, e as histórias ajudavam constantemente no entretenimento. “Aí veio a pandemia, e começou a aumentar o tempo de tela”, lembra Erika. Passando mais tempo em casa, a televisão começou a ser mais usada durante o dia, assim como outros aparelhos. A menina, que está na pré-escola, tinha aulas online três vezes durante a semana, mas a mãe percebia que ela precisava de mais incentivo, principalmente porque vai começar a sua alfabetização em breve.

Foi assim que Erika começou a buscar novas formas de entreter a filha e diminuir o tempo em casa na frente de telas. Conversando com uma amiga, ela conheceu o Deixa que Eu Conto, o podcast do UNICEF com histórias, músicas e brincadeiras, e que é justamente voltado para crianças na pré-escola e em processo de alfabetização. “Eu coloquei para Valentina ouvir, sem muitas expectativas, mas ela adorou”, conta a mãe.

A partir daí, escutar as histórias do podcast se tornou uma nova fonte de diversão dentro de casa. E depois que escutou as histórias do Deixa que Eu Conto Amazônia, Valentina não quis mais ouvir outras. Aprendeu sobre o baobá, o boto cor-de-rosa e sobre a sereia Iara, sua preferida. “Eu aprendo nele, é muito legal”, diz a menina. A hora de ouvir o Deixa que Eu Conto se tornou ainda um momento de brincadeira entre mãe e filha, que, enquanto escutam as histórias, aproveitam para pegar alguns brinquedos para se divertir juntas.

De ouvinte a contadora de histórias
O amor foi tanto que Valentina chegou a participar do programa, contando uma história criada por ela mesma. A história “A Menina e a Loba” surgiu durante um dos questionamentos da menina. “Eu fiz essa historia porque não tem nenhuma loba em histórias”, explica. Veja o vídeo no início desta página.

Na história, uma menina muito feliz mora com a mãe, mas precisa fazer muitas tarefas em casa, como lavar a louça e cuidar do jardim. Um dia a menina decidiu fugir de casa, e encontrou um homem em uma fazenda, que a avisa que há um lobo mau à solta. A menina, desesperada, encontra a loba! Mas elas acabam ficando amigas, porque a loba era vegetariana. A menina ficou muito feliz e falou com sua mãe, e construiu uma barraquinha para a loba, e elas viveram felizes para sempre.

“Eu que escrevi e fiz esse livro, tudo!”, orgulha-se Valentina.

As histórias da menina, além de refletirem seu caráter questionador, refletem seu lado sonhador, que não tem dúvidas de que pode ser tudo de uma vez: “Eu vou dirigir um avião, ser médica, ser enfermeira, polícia, bailarina, rainha, princesa, contadora de história...”, diz.

Erika também ficou feliz de ter encontrado novas formas de aproveitar o tempo em casa com Valentina durante a pandemia, incentivando a brincadeira e a imaginação mesmo sem poder sair. E deixa um recado para outros pais, mães e cuidadores na mesma situação. “Neste período, as crianças estão ficando mais tempo nas telas, não tem jeito, e nos culpamos por isso. Mas não estamos sozinhas, porque está todo mundo assim!,” diz. “É para a gente tentar ter um tempinho por dia para estar com as crianças”, conclui.

Valentina e Erika mostram que, se agora a gente não pode sair, as histórias podem!