Curso ‘Bem-Viver: Saúde Mental indígena’ tem aula inaugural pelo YouTube do UNICEF
As inscrições estarão abertas até 18 de fevereiro e os cursistas que concluírem todos os módulos, que abrangem aspectos relacionados a saúde mental, apoio psicossocial e proteção de crianças e adolescentes, terão acesso ao certificado
Manaus, 21 de janeiro de 2021 – Na manhã desta quinta-feira, dia 21, ocorreu no canal do UNICEF, no YouTube, a aula inaugural do curso Bem-Viver: Saúde Mental Indígena. A iniciativa faz parte do projeto Povos Indígenas da Amazônia contra a Covid-19 (PIACC), resultado da colaboração entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), com o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
“É um projeto estratégico desenvolvido pelos escritórios do UNICEF em Belém, Manaus e Boa Vista, em parceria com uma organização científica com longo histórico na Amazônia e uma das principais organizações indígenas do país”, salientou Debora Nandja, chefe do escritório do UNICEF em Manaus.
O curso de formação é gratuito, virtual e terá seis módulos, abrangendo aspectos relacionados à saúde mental e fatores psicossociais que já eram enfrentados pelas populações, mas que se intensificaram no período da Covid-19, além de temas relacionados à proteção de crianças e adolescentes e enfrentamento das diferentes formas de violência. O conteúdo pode ser acessado via plataforma EAD da Fiocruz. A interação entre alunos e professores ocorrerá por meio da rede social WhatsApp.
A realização do curso é uma das principais estratégias do projeto, na Amazônia Legal, que busca apoiar os povos indígenas na prevenção e mitigação dos impactos da pandemia de Covid-19, conforme explicou o coordenador do projeto pelo UNICEF, Thiago Garcia. “Com a realização do curso, queremos contribuir com os processos formativos de profissionais, estudantes e interessados na temática, a partir do diálogo de saberes e valorização das diversidades, trazendo reflexões e estratégias de atuação no contexto da pandemia”, ressaltou.
A formação, pela Fiocruz Amazônia, é voltada para pessoas que estão diretamente envolvidas na assistência das populações indígenas, ou seja, profissionais ligados à saúde, à educação, aos sistemas de proteção social (conselheiros tutelares, assistentes sociais e psicólogos). Assim, Michele Kadri, pesquisadora e coordenadora do projeto PIACC pela Fiocruz Amazônia, especificou os desafios para a elaboração do conteúdo. “O grande desafio do curso é produzir materiais de forma que tenhamos um diálogo intercultural com a diversidade de culturas e línguas, respeitando suas especificidades e em tempo recorde, pois os impactos da pandemia já se fazem presentes nas comunidades, agravando, por vezes, situações já graves vividas nos territórios”, explicou.
Nara Baré, coordenadora-geral da Coiab, esclareceu que a palavra “bem-viver”, no título do curso, foi escolhida justamente para fazer com que os cursistas participem e acompanhem esse processo de discussão e construção coletiva, sobre a pandemia, principalmente na comparação da realidade entre o que “os povos indígenas estão enfrentando e nós”, sobretudo, a perda dos mais velhos com seus saberes tradicionais.
A ideia da capacitação é construir uma teia de apoio psicossocial e proteção que possa atingir centenas de pessoas. Entre os participantes do curso, estão jovens indígenas que fazem parte do PIACC. Eles estão envolvidos nas ações de comunicação, mobilização e reflexões sobre a Covid-19. Patrícia da Silva é um desses jovens. Ela é da etnia guajajara e vive na aldeia indígena localizada em Amarante, no Maranhão, e se inscreveu no curso para mitigar os efeitos da pandemia. “Como podemos nos adaptar a este novo momento? A gente realmente tem que enfrentar a realidade, mas ao mesmo tempo ficamos ansiosos, caçando um meio para nos adaptar, principalmente, nós indígenas. Estamos passando por um momento de vulnerabilidade e, devido a isso, eu procurei o curso de como podemos enfrentar todos esses problemas”, explica Patrícia.
A aula inaugural já está disponível pelo link https://www.youtube.com/watch?v=tpejWgO-yv4. Os módulos foram construídos de forma intercultural e o primeiro deles já está acessível. As inscrições para o curso estarão abertas até 18 de fevereiro pelo link https://campusvirtual.fiocruz.br/gestordecursos/hotsite/bemviversaudeindigena e os cursistas que concluírem todos os módulos terão acesso ao certificado.
Sobre o projeto Povos Indígenas da Amazônia contra a Covid-19 (PIACC)
O Projeto tem como objetivo apoiar os povos indígenas nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará e Roraima na prevenção e mitigação dos impactos da Covid-19. Cerca 35 mil kits de higiene familiar, acompanhados de materiais informativos sobre prevenção contra o coronavírus, estão sendo distribuídos em regiões da Amazônia brasileira. A distribuição dos kits é realizada pelo UNICEF, em parceria com a Coiab e organizações indígenas regionais, que definiram as comunidades beneficiárias e mobilizaram parceiros locais para garantir o alcance do maior número de famílias em situação de vulnerabilidade. Além dos kits e materiais informativos, estão sendo enviados também totens para álcool em gel que serão instalados em organizações indígenas, municípios, casas de saúde indígena, escolas e centros comunitários. A outra ação do projeto, que ocorre em paralelo as entregas dos kits, é o curso Bem-Viver: Saúde Mental indígena, realizado pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).
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