Tempestade Tropical Ana em Moçambique
A Tempestade Tropical Ana aproximou-se à zona continental no centro e no norte de Moçambique a 24 de Janeiro. Afectou 5 Províncias (Nampula, Zambézia, Tete, Niassa, Sofala e Manica) com Tete, Zambézia e Nampula a sofrer o maior impacto.
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Detalhes da tempestade
(Última actualização: 27 de Janeiro 2022)
- A Tempestade Tropical Ana aproximou-se à zona continental no centro e no norte de Moçambique a 24 de Janeiro. Afectou 5 Províncias (Nampula, Zambézia, Tete, Niassa, Sofala e Manica) com Tete, Zambézia e Nampula a sofrer o maior impacto.
- A poderosa tempestade causou inundações, danificou casas e infra-estruturas públicas, incluindo pontes, linhas eléctricas, escolas, sistemas de água, e instalações de saúde.
- Relatórios, até à data, indicam que mais de 120.000 pessoas foram afectadas. E esperamos que estes números aumentem nos próximos dias (há ainda algumas áreas cortadas). (Se questionarem: 29 pessoas morreram e 196 ficaram feridas.
- Mais de 23.400 casas ficaram parcial ou totalmente destruídas ou inundadas.
- 13 instalações de saúde ficaram danificadas ou destruídas.
- 543 salas de aula (249 escolas) ficaram danificadas ou destruídas, afectando mais de 46.000 alunos. O novo ano escolar começa na Segunda-feira (31 de Janeiro), pelo que estamos particularmente preocupados com a capacidade das crianças de retomarem às escolas (edifícios disponíveis, espaços seguros, aprendizagem).
- 10.814 essoas ficaram deslocadas e actualmente estão alojadas em 20 centros de acolhimento na Zambézia, Nampula e Tete:
- Espera-se que estes números possam aumentar após as equipas no terreno façam a avaliação da situação.
Dado que Moçambique está no meio da estação das chuvas, a situação poderá deteriorar-se rapidamente se outra depressão tropical ou ciclone causar chuvas adicionais enchendo os rios e as barragens já saturados. Estamos agora a observar uma depressão a leste de Madagáscar.
Notícias e histórias
Vídeo histórias
Resposta do UNICEF
Estamos a trabalhar em conjunto com o Governo Moçambicano e os nossos parceiros para prestar assistência às crianças e suas famílias nas áreas afectadas.
O UNICEF enviou seu pessoal para a Província de Tete e pessoal adicional para ajudar os colegas baseados nas Províncias de Nampula e da Zambézia para realizarem uma avaliação das necessidades. O UNICEF está a trabalhar com o Governo Moçambicano e parceiros para fornecer assistência para salvar vidas de crianças e suas famílias nas áreas afectadas.
Esta assistência inclui
- Provisão de água potável e suprimentos de saneamento tais como baldes, sabão e pastilhas de purificação de água
- apoio aos centros de saúde
- criação de espaços de aprendizagem temporários onde as crianças, cujas escolas foram danificadas/destruídas, possam aprender e brincar em segurança
- partilha de mensagens de protecção e prevenção para mitigar o impacto da tempestade, através de rádios nas Províncias e outros e locais, através de unidades móveis multimédia e mensagens (SMS)
- alimentos terapêuticos prontos a usar.
O UNICEF estima que precisará de pelo menos 3,5 milhões de dólares para responder às necessidades imediatas das populações afectadas pela Tempestade Tropical Ana em Moçambique. Estamos a utilizar os nossos abastecimentos pré-posicionados e a mobilizar fundos, mas é necessária assistência.
Mudança Climática
Esta última tempestade a atingir Moçambique é um lembrete contundente de que a crise climática é uma realidade e que as crianças são as mais afectadas por eventos climáticos severos relacionados com o clima.
Esta última tempestade a atingir Moçambique é um lembrete contundente de que a crise climática é uma realidade e as crianças são as mais afectadas por acontecimentos climáticos severos.
Não esqueçamos que Moçambique foi atingido por dois grandes ciclones em 2019 - os ciclones Idai e Kenneth - no período de 6 semanas e que afectaram 2,5 milhões de pessoas.
De acordo com a ferramenta de avaliação de risco de desastres INFORM, Moçambique ocupa o 9º lugar entre 191 países a nível mundial devido à elevada vulnerabilidade do país a perigos, exposição a riscos, e capacidade de resposta
Existem muitas pesquisas que mostram que à medida que as temperaturas globais aumentam, os eventos climáticos extremos tornam-se mais frequentes e mais intensos.
As alterações climáticas estão a ter um grande impacto nas crianças. As crises relacionadas com o clima estão a causar deslocações forçadas, interrupção da escolaridade e aumento do trabalho infantil, e a contribuir para o aumento da violência. Estão a afectar directamente a saúde das crianças devido à deterioração do saneamento e comprometendo o acesso a água potável, e a forçar as crianças a ir buscar água em locais cada vez mais remotos.