Pobreza Infantil Multidimensional em Moçambique
Uma em cada duas crianças e adolescentes moçambicanos vive na pobreza monetária ou sofre privação múltipla

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Destaques
Moçambique registou um crescimento significativo entre 2000 e 2016, altura em que o PIB per capita1 mais do que duplicou. No entanto, as crianças não partilharam os benefícios na totalidade; com efeito, é provável que elas se encontrem entre as crianças mais carenciadas do mundo, uma vez que vivem num país com alguns dos níveis mais elevados de pobreza extrema (64 por cento).2 Esta realidade resulta de um processo de longa duração de crescimento desigual e reformas de políticas limitadas em sectores-chave que beneficiem as crianças.
Além disso, o recente desastre causado pelos ciclones Idai e Kenneth destacou a extrema vulnerabilidade do país aos desastres naturais e o seu impacto devastador nas vidas da população mais vulnerável, em especial as crianças.
Existe muita incerteza quanto aos níveis dos gastos sociais prioritários de Moçambique até 2024, que dependerão das taxas de crescimento interno, do contexto externo e do resultado das negociações do Governo com os doadores. Porém, não existe qualquer dúvida em relação à urgência com a qual o país deve abordar a problemática da pobreza e da privação de crianças e suas famílias, ao mesmo tempo que se reduzem as lacunas alarmantes registadas na equidade. Um esforço coerente em termos de políticas que o Governo de Moçambique empreenda agora e num futuro próximo determinará as oportunidades existentes para mais de 14 milhões de crianças e adolescentes moçambicanos daqui a uma década, ou seja, em 2030, o ano da responsabilização pelo progresso do país na realização dos
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Este relatório apresenta o nível de pobreza e privação de crianças (0−17 anos) em Moçambique com base numa análise da pobreza multidimensional, uma abordagem centrada na criança que identifica a escala e a gravidade das privações em áreas críticas do bem-estar da criança, com base no Inquérito ao
Orçamento Familiar (IOF) 2014/2015.
