Vou dar sempre o leite do peito ao meu bebé
A única certeza que eu tenho é que vou dar o leite do meu peito ao meu bebé. Eu terei que amamentar o meu filho exclusivamente com meu leite do peito até aos seis meses para proteger-lhe de doenças.

LUGELA, Zambézia - Celmira Fernando engravidou com 17 anos de idade, com uma história similar a milhares de outras meninas da sua idade.
Estava ela sentada na cama da maternidade do Centro de Saúde de Lugela, na província de Zambézia, numa sala quente com cheiro a clorofórmio, no meio de outras meninas, Celmira trazia o seu bebé ao colo com um ar perdido de mãe de primeira viagem sem ter definido ainda o nome. “E agora,” questionava-se ela.
Antes de engravidar ela frequentava a 9ª classe, na Escola Secundária de Lugela. Hoje ela tem um futuro incerto. Criada por uma tia sem condições financeiras, Celmira não sabe se irá continuar a frequentar a escola por ter que sustentar e tomar conta do seu bebé.
“A única certeza que eu tenho é que vou dar o leite do meu peito ao meu bebé. Fui bem informada de que terei que amamentar o meu filho exclusivamente com meu leite do peito até aos seis meses para proteger-lhe de doenças”, disse Celmira.
A única certeza que eu tenho é que vou dar o leite do meu peito ao meu bebé. Fui bem informada de que terei que amamentar o meu filho exclusivamente com meu leite do peito até aos seis meses para proteger-lhe de doenças.
Celmira aprendeu durante as suas consultas pré-natais, a qual ia todos os meses, para acompanhar o estado do seu bebé e receber medicação (sal ferroso) para ter uma gravidez saudável, sobre a importância de que para se ter um bebé saudável existem certos cuidados que ela deve ter durante a gravidez.
Ela demonstrou já dominar a técnica da amamentação (pega e posição do bebé na mama) como se o tivesse feito durante toda a sua vida. Técnica esta, ensinada pelas enfermeiras dedicadas do centro de saúde.
O programa de Alimentação Infantil implementado pelo Governo de Moçambique, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e com fundos do Governo do Reino dos Países Baixos (Holanda), tem estado a fazer uma diferença positiva na vida dos bebés e das mães.
Para cada Criança, esperança.
Situação de Moçambique
Em Moçambique, apenas 55 por cento das crianças com menos de seis meses recebem aleitamento materno exclusivo. Mesmo que este indique um aumento em relação a 2008, quando a taxa foi de 37 por cento, ainda é muito inferior ao desejável. Apenas 77 por cento das mães de recém-nascidos iniciaram aleitamento materno na primeira hora após o nascimento, como é recomendado. Tanto a percentagem de amamentação contínua nas crianças entre 20 e 23 meses (52 por cento) como a duração mediana do aleitamento materno (21 meses) mostraram um declínio nos últimos anos.
O aleitamento materno contribui para o alcance dos seguintes Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: 1 (sobre a fome e a pobreza); 3 (sobre igualdade de género); 4 (sobre a mortalidade infantil); e 5 (sobre a mortalidade materna).
Apesar de as mães serem informadas sobre o aleitamento materno nas unidades sanitárias e em outros locais e ocasiões, elas ainda enfrentam obstáculos no momento de colocar em prática o aleitamento materno, devido por exemplo, ao reduzido apoio que recebem por parte dos empregadores e membros da família e da comunidade. Para além disso, o aconselhamento individual e apoio prático para as mães ainda são fracos no sistema nacional de saúde.
O UNICEF Moçambique apoia os esforços do Ministério da Saúde na divulgação de informações sobre o aleitamento materno, no fortalecimento da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), na introdução de uma abordagem padronizada para o aconselhamento sobre alimentação infantil em comunidades, e na monitoria do Código Nacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno.