Subsídio Para Crianças dos 0 aos 2 anos melhora a vida de famílias em Nampula
Transferências de dinheiro do Subsídio Para Crianças dos 0 aos 2 anos muda vida de famílias na vila de Lalaua.

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Lalaua, Nampula - "No ano passado fui obrigada a abandonar a escola porque tive de tomar conta da minha irmã Maria de 2 anos e de outras crianças que vivem comigo", disse Agneta Agostinho, de 17 anos, que vive na vila de Lalaua, na província de Nampula. Agneta estava visivelmente emocionada quando começou a descrever como foi a sua vida nos últimos 2 anos: "quando a minha mãe morreu em 2019, Maria tinha menos de um mês de idade, e foi extremamente complicado para nós. Tive de crescer e começar a assumir responsabilidades aqui em casa".
"A minha esposa morreu alguns dias depois de ter dado à luz a minha filha Maria. Tivemos de tomar algumas decisões difíceis, uma delas foi pedir à Agneta que abandonasse a escola para cuidar das crianças", contou Agostinho Fabião, pai da Agneta, que actualmente está desempregado. Para sustentar a sua família ele trabalha na machamba da família que depende das estações do ano, se a chuva é irregular e baixa, a produção da machamba é baixa.
Nos últimos dois anos, Agneta está entre muitas outras mulheres que recebem transferências de dinheiro do Subsídio Para Crianças dos 0 aos 2 anos, na vila de Lalaua. Quando o Ministério do Género, Criança e Acção Social, através do Instituto Nacional de Acção Social (INAS) anunciou que haveria uma inscrição para o programa de Subsídio Para Crianças de 0 a 2 anos, que conta com o apoio financeiro dos Governos da Suécia, Reino Unido e Países Baixos, Agostinho levou Agneta e Maria para o posto de inscrição. Conseguiu inscrever a Maria e colocou a Agneta como a principal cuidadora, uma vez que era ela quem cuidava da criança. "Quando começámos a receber o subsídio, conseguimos comprar comida e roupa para os meus filhos, o dinheiro ajudou-nos muito. Eu tinha muito medo de perder a Maria, mas com o dinheiro que recebemos deste subsídio para crianças, conseguimos cuidar e alimentar a Maria até aos 2 anos de idade", disse Agostinho.
Hoje, a Agneta está de volta à escola e a frequentar a 9ª classe. Ela sonha em ser enfermeira, "quero ajudar a cuidar das pessoas", disse Agneta.
"Esta família é uma das famílias beneficiárias da gestão de casos e estamos a acompanhar de perto a sua situação social. Estamos felizes porque a família decidiu deixar a Agneta voltar para a escola. Continuaremos a fornecer orientação através da componente de gestão de casos através do INAS", disse Dalila Fernando Colete, Técnica dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMAS) em Lalaua.