O UNICEF e União Europeia apoiam na formação profissional para jovens e adolescentes em Cabo Delgado
“O meu sonho é voltar para Quissanga, abrir uma carpintaria e ensinar a outros jovens da minha comunidade.”

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Metuge, Cabo Delgado - "Aprendi muitas coisas novas e espero um dia regressar à minha comunidade em Quissanga assim que a situação melhorar", disse Ricardo Alberto, de 24 anos de idade, que vive actualmente na comunidade de acolhimento de Nicavaco, no distrito de Metuge, depois de ter sido forçado a abandonar a sua comunidade no norte da província de Cabo Delgado, devido à insurgência perpetrada por Grupos Armados Não-Estatais (NSAGs).
A pobreza, o analfabetismo e as elevadas taxas de desemprego entre os jovens foram identificados como factores de risco com grande potencial para os jovens serem recrutados por grupos terroristas. Como forma de responder a este cenário, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com o apoio da União Europeia, tem vindo a implementar uma iniciativa de alfabetização e formação profissional para jovens e adolescentes no distrito de Metuge, com particular atenção aos centros de acomodação. "Estou muito feliz por ter participado neste curso. Os jovens desta comunidade acolheram-me e fizemos amizades fortes", disse Ricardo, que beneficiou do curso de carpintaria, e é um dos 200 jovens que se formaram nos diferentes centros.
Estou muito feliz por ter participado deste curso. Aprendi muitas coisas novas e espero um dia voltar à minha comunidade e abrir minha própria carpintaria.
O objetivo desta iniciativa é proporcionar aos jovens e adolescentes um espaço de interação, de aprendizagem e de aquisição de competências de vida e profissionais, para que possam fazer escolhas saudáveis e reduzir o potencial de adesão a NSAGs.
"Quando chegar a Quissanga, vou abrir a minha própria carpintaria e produzir objectos para uso doméstico para vender. Vou também juntar outros rapazes e raparigas para trabalharem comigo e vou ajudá-los a ganhar algum dinheiro para se poderem sustentar a si próprios e às suas famílias", concluiu Ricardo.