Mãe com deficiência não desiste do aleitamento materno em Moçambique

A minha deficiência nunca me impediu de cuidar da minha família e de fazer o aleitamento materno aos meus filhos.

Miraldina Gabriel e Cláudio Fauvrelle
Mãe com deficiência não desiste do aleitamento materno do seus filhos em Moçambique
Light for the World/2020/Miraldina Gabriel
06 Agosto 2020

Dondo, SOFALA – “Eu tive uma infância muito triste, a minha falecida mãe era obrigada a esconder-me dentro de casa porque as pessoas riam-se da minha deficiência, e até na escola os meus colegas riam-se e quase todos os dias eu voltava a chorar da escola,” conta Josefina Gabulane, de 35 anos de idade, que tem deficiência no seu braço direito que foi descoberta logo que nasceu.

Hoje, Josefina é casada e é mãe de quatro filhos, e a sua deficiência nada impede de cuidar de sua família, e de fazer o aleitamento materno exclusivo aos seus filhos. “A minha deficiência nunca me impediu de cuidar da minha família e de fazer o aleitamento materno aos meus filhos.”

Desde 2019, e por ter sido afectada pelo Ciclone Idai, Josefina faz parte do Programa de Reabilitação Baseada na Comunidade, onde recebeu apoio em material para construção e produtos alimentares, doados pela Light for the World e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com apoio financeiro do Governo da Noruega, em resposta a emergência causada pelo Ciclone Idai.

 

 

Eu aprendi que o leite materno é muito importante para que a criança fique forte e com muita saúde.

Josefina Gabulane

Josefina é um exemplo de uma mulher lutadora que, apesar da sua deficiência, nunca deixou de fazer o aleitamento materno, “as vezes sinto um pouco de dor quando estou a amamentar do lado direito, e as vezes fico com medo de deixar cair o meu bebé porque não tenho muita força no braço. Mas isso não me fez desistir de amamentar meus filhos até aos 2 anos, porque eu aprendi que o leite materno é muito importante para que a criança fique forte e com muita saúde,” disse Josefina.

O leite materno é o melhor alimento que um bebê pode ter. É de fácil digestão e promove um melhor crescimento e desenvolvimento, além de proteger contra doenças. Mesmo em ambientes quentes e secos, o leite materno supre as necessidades de líquido de um bebê. Água e outras bebidas não são necessárias até o sexto mês de vida. Dar ao bebê outro alimento, que não o leite materno, aumenta o risco de diarreia ou outra doença.