Famílias Modelo contribuem para redução de casos de desnutrição crónica na Zambézia
O UNICEF iniciou o Programa “Melhorando o Estado Nutricional das Crianças” para contribuir para a expansão dos serviços de nutrição, água e saneamento com foco nos primeiros 1,000 dias de vida.

Gurué, Zambézia - “Depois de ouvir uma palestra no centro de saúde sobre higiene e saneamento, comecei a mudar as prácticas de higiene aqui na minha casa. E logo vi mudanças na nossa saúde, as diarreias acabaram e as idas ao centro de saúde diminuíram bastante,” disse Marta Alexandre, de 40 anos de idade, que é uma das famílias modelo certificadas no Povoado Meparua, no Distrito de Gurué, na província da Zambézia. Marta tem nove filhos, é dona de casa e trabalha na sua machamba (terreno agrícola para produção familiar) onde produz diversos produtos agrícolas e vende alguns para ajudar no sustento da sua família.
Em 2017, com a liderança do Governo de Moçambique e o apoio da União Europeia, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) iniciou o Programa “Melhorando o Estado Nutricional das Crianças” para contribuir para a expansão dos serviços de nutrição, água e saneamento com foco nos primeiros 1,000 dias de vida, isto é, desde a concepção até aos dois anos de idade, para ajudar a prevenir a desnutrição crónica, sendo um dos focos em quatro distritos da Província da Zambézia.
A família de Marta é uma das famílias modelo certificadas pelo programa de 4,932 no distrito do Gurué. Uma família é considerada modelo depois de adoptar comportamentos e práticas de saúde e saneamento do meio benéficas para si e para a sua comunidade. Numa das suas idas ao centro de saúde, Marta assistiu a uma palestra onde se falava da importância do uso das latrinas, limpeza da casa, tratamento da água, entre outras coisas. No passado, a família de Marta praticava fecalismo a céu aberto, deixava o lixo espalhado pelo quintal da casa, e como consequência disso os filhos estavam sempre doentes com diarreias. A palestra esclareceu-lhe o quão importante era mudar e adoptar boas prácticas de higiene e saúde em sua casa.
Hoje, a qualidade de vida de Marta e seus filhos melhorou bastante, construíram uma latrina, fez o planeamento familiar completo, registou todos os seus filhos que hoje já vão à escola. “Eu perdi um filho durante o parto, e agora com estes ensinamentos reconheço que pode ter tido algo relacionado com a falta de boas prácticas de higiene e saúde dos quais desconhecia na altura,” lembra Marta visivelmente triste.