Cuidados de saúde ajudam a salvar vidas de bebés prematuros nas comunidades em Moçambique
O desejo de uma mãe é sempre ter uma gestação tranquila, mas nem sempre assim acontece, algumas mães são obrigadas a fazer o parto antes de completar os 9 meses de gravidez, a chamada condição de prematuridade.

Nhamatanda, SOFALA – “Quando o Victor nasceu, ele recebeu todas as vacinas aqui no hospital de Nhamatanda e também o amamento só com leite de peito. Após ter recebido alta no hospital, eu continuo a fazer as consultas e ele nunca mais ficou internado,” disse Amélia Jorge, de 22 anos de idade, residente em Nhamatanda, na província de Sofala, mãe do pequeno Victor, um bebé que nasceu prematuro, mas que com os cuidados de saúde e dedicação da sua família cresce saudável e feliz.
O desejo de uma mãe é sempre ter uma gestação tranquila, mas nem sempre assim acontece, algumas mães são obrigadas a fazer o parto antes de completar os 9 meses de gravidez, a chamada condição de prematuridade. A nível mundial um em cada dez bebés nasce prematuro*. Os bebés prematuros quando não são devidamente acompanhados podem sofrer vários problemas de saúde, podendo ter impacto na aprendizagem, comportamento, deficiências motoras, nutrição, infecções respiratórias crónicas, problemas visuais e auditivos, entre outros.
Amélia realizou o seu parto na 27ᵃ semana de gravidez e o bebé Victor pesava somente 941 gramas. “Quando fiquei grávida fiz a minha primeira consulta pré-natal quando tinha 3 meses de gravidez e pela orientação da enfermeira participei em mais quatro consultas antes do parto. O Victor nasceu muito pequenino, do tamanho da minha mão. Ele ficou internado por muitos dias no hospital, e com o apoio das enfermeiras o meu filho não morreu. O Victor hoje é uma vitória, completou 2 meses e já pesa 3,100 gramas,” disse Amélia Jorge, com lágrimas de alegria e satisfação no seu rosto.
O primeiro cuidado que Amélia fez logo após o nascimento do Victor, foi colocar-lhe no seu peito, fazendo o contacto pele-a-pele, também conhecido por Método Mãe Canguru (MMC). O MMC iniciado imediatamente após o nascimento tem-se mostrado uma práctica extremamente benéfica e eficaz para a sobrevivência dos bebés prematuros. O MMC consiste no contacto pele-a-pele contínuo e prolongado com a mãe, pai ou outro familiar presente, permitindo desta forma o controlo da temperatura do bebé, prevenção de infecções, garantia que o bebé consiga fazer o aleitamento materno exclusivo, e também fortalece o vínculo afectivo entre o bebé e a mãe. O MMC ajuda na redução do risco de mortalidade neonatal em cerca de 40 por cento.
“O Victor nasceu muito pequeno, mas hoje está muito bem e saudável. A mãe colaborou e seguiu todos os cuidados de saúde que recebeu no hospital, faz o aleitamento materno exclusivo e ela própria alimenta se devidamente,” disse a Enfermeira Ana João, que trabalha na Pediatria do Hospital e Nhamatanda.
Em 2017, com a liderança do Governo de Moçambique e o apoio da União Europeia, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) iniciou o Programa “Melhorando o Estado Nutricional das Crianças” para contribuir para a expansão dos serviços de nutrição, água e saneamento com foco nos primeiros 1,000 dias de vida, isto é, desde a concepção até aos dois anos de idade, para ajudar a prevenir a desnutrição crónica, sendo um dos focos a Província de Sofala.