Cabo Delgado: “Aqui temos água e abrigo, mas sonho em voltar para a minha terra”

Pugia agradece por ter acesso a água limpa, higiene e um espaço de acolhimento para si e sua família, mas lamenta não poder voltar para sua terra e sua machamba.

Lídia Carvalho
Pugia agradece por ter acesso a água limpa, higiene e um espaço de acolhimento para si e sua família, mas lamenta não poder voltar para sua terra e sua machamba.
UNICEF Mozambique/2021/Ricardo Franco
15 Fevereiro 2022

Manono, Cabo Delgado - Pugia Amade, de 25 anos de idade, seu marido e seus três filhos são uma das cerca de 600 famílias que estão a viver no Centro de acolhimento temporário de Manono. Há mais de 2 anos que eles foram forçados a abandonar sua casa e a viverem como deslocados no centro de acolhimento, desde os ataques dos grupos armados na sua aldeia na província de Cabo Delgado. Quando ainda estava grávida da filha mais nova Sofia (1 ano e 6 meses), Pugia fugiu de Quissanga, juntamente com seu marido e filhos, depois de todas as casas da aldeia onde viviam terem sido queimadas.

Pugia conta que no Centro de acolhimento temporário de Manono eles têm acesso a casas de banho e latrinas, além de água limpa para beber e cuidar da sua higiene, mas lembra saudosa da sua terra. “Aqui temos água e abrigo, mas sonho em voltar para a minha terra. Quero ter o meu lugar, minha machamba,” disse Pugia.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e parceiros, com o apoio da Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos da América (USAID) e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido (FCDO), estão a apoiar as famílias deslocadas no campo de Manono com a distribuição de kits de higiene e construção de latrinas. Atualmente cerca de 570 famílias, sendo 2,850 pessoas deslocadas internas (IDPs), estão a viver no Centro de acolhimento temporário de Manono.

Pugia Amade, de 25 anos de idade
UNICEF Mozambique/2021/Ricardo Franco

Aqui temos água e abrigo, mas sonho em voltar para a minha terra. Quero ter o meu lugar, minha machamba.

Pugia Amade, de 25 anos de idade.