UNICEF lança apelo de financiamento de emergências no valor de 10,3 mil milhões de dólares destinados a apoiar as crianças afectadas por conflitos, catástrofes e crises climáticas em todo o mundo

06 Dezembro 2022
Entrevista com o Especialista de Emergência do UNICEF, Hanoch Barlevi
UNICEF/MOZA2013-00023/Alexandre Marques

GENEBRA/NOVO IORQUE, 5 de Dezembro de 2022 - O UNICEF lançou hoje um apelo de financiamento de emergência no valor de 10,3 mil milhões de dólares para alcançar mais de 173 milhões de pessoas - incluindo 110 milhões de crianças - afectadas por crises humanitárias, pelos efeitos duradouros da pandemia da COVID-19 em todo o mundo e pela crescente ameaça de eventos climáticos extremos e da crise climática.

"Hoje em dia, há mais crianças a precisar de assistência humanitária do que em qualquer outro momento da história recente", disse a Directora Executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Catherine Russell. "Em todo o mundo, as crianças enfrentam uma mistura mortal de crises, desde conflitos e deslocamentos a surtos de doenças e taxas crescentes de desnutrição aguda grave. Entretanto, as alterações climáticas estão a agravar a dimensão e a intensidade destas crises e a desencadear novas crises. É fundamental que tenhamos o apoio adequado para chegar às crianças com uma acção humanitária decisiva e atempada".

Este ano começou com uma estimativa de 274 milhões de pessoas a necessitarem de assistência e protecção humanitária. Ao longo do ano, estas necessidades aumentaram consideravelmente, em grande parte devido aos conflitos, incluindo a guerra na Ucrânia; à crescente insegurança alimentar; às ameaças de fome causadas pelo clima e outros factores; e às cheias devastadoras no Paquistão. Em todo o mundo, um ressurgimento de surtos de doenças, incluindo a cólera e o sarampo, traz um perigo adicional para as crianças em situações de emergência.

Os efeitos prolongados da pandemia da COVID-19, e a instabilidade das economias globais, incluindo a inflação e o custo crescente dos alimentos e do combustível, tiveram um impacto devastador na vida e no bem-estar de milhões das crianças mais vulneráveis do mundo.

As alterações climáticas estão também a agravar a escala e a intensidade das emergências. Os últimos 10 anos foram os mais quentes de que há registo e o número de catástrofes relacionadas com o clima triplicou nos últimos 30 anos. Hoje em dia, mais de 400 milhões de crianças vivem em zonas de elevada ou extrema vulnerabilidade às águas.

Ao mesmo tempo, as crianças atravessam as fronteiras em número recorde, com as suas famílias ou separadas delas, ou desacompanhadas. No total, cerca de 37 milhões de crianças em todo o mundo estão deslocadas devido a crises contínuas, um nível de crianças deslocadas não visto antes desde a Segunda Guerra Mundial.

Como parte da sua Acção Humanitária para as Crianças, que lança os apelos da agência 2023, o UNICEF planeia alcançar:

  • 8,2 milhões de crianças com tratamento para desnutrição aguda grave;
  • 28 milhões de crianças com vacinação contra o sarampo;
  • 63,7 milhões de pessoas com acesso a água segura para beber e necessidades domésticas;
  • 23,5 milhões de crianças, adolescentes e prestadores de cuidados com acesso à serviços de saúde mental e apoio psicossocial;
  • 16,2 milhões de crianças e mulheres com acesso à intervenções de mitigação do risco, prevenção ou resposta à violência baseada no género;
  • 32 milhões de pessoas através da criação de canais seguros e acessíveis, junto de trabalhadores humanitários, para a denúncia de exploração e abuso sexual;
  • 25,7 milhões de crianças com educação formal ou não formal, incluindo a aprendizagem precoce.

Os cinco principais apelos por necessidades de financiamento para 2023 são para:

  • Afeganistão: 1,65 mil milhões de dólares;
  • Ucrânia e Resposta a crise dos refugiados: 1,058 mil milhões de dólares;
  • Crise dos Refugiados na Síria: 867 milhões de dólares;
  • República Democrática do Congo: 862 milhões de dólares;
  • Etiópia: 674 milhões de dólares.

"Os impactos devastadores das alterações climáticas são uma ameaça sempre presente para as crianças", disse Russell. "É por isso que estamos a dar prioridade à adaptação ao clima e à construção de resiliência como parte da nossa resposta humanitária. Isto ajudar-nos-á a alcançar as crianças que vivem as crises de hoje, ao mesmo tempo providenciar apoio a estas crianças e às suas comunidades a prepararem-se para as crises que ainda estão por vir".

Colocar as organizações nacionais e locais no centro das operações humanitárias é uma estratégia chave na resposta humanitária do UNICEF. Os principais resultados em 2022 foram possíveis graças às parcerias do UNICEF, incluindo as equipas de intervenção humanitária nos países, agências da ONU, sociedade civil e organizações não-governamentais, parceiros nacionais e doadores. Os resultados de destaque incluem:

  • 23,8 milhões de crianças vacinadas contra o sarampo;
  • 2,6 milhões de crianças tratadas contra a desnutrição aguda grave;
  • 28 milhões de crianças com acesso à educação formal ou não formal, incluindo a aprendizagem precoce;
  • 13 milhões de crianças, adolescentes e prestadores de cuidados com acesso à saúde mental e apoio psicossocial;
  • 25,9 milhões com o fornecimento de água segura para beber, cozinhar e higiene pessoal;
  • 5,5 milhões de pessoas com acesso a canais seguros para denunciar exploração e abuso sexual;
  • 4,2 milhões de mulheres, raparigas e rapazes que beneficiam de intervenções de mitigação do risco, prevenção ou resposta à violência baseada no género.

Com as necessidades humanitárias a um nível sem precedentes, o UNICEF apela aos parceiros para que aumentem o apoio à resposta humanitária para salvar as vidas das crianças, maximizando a flexibilidade deste financiamento, dando prioridade à acções de antecipação e adaptação climática e aos esforços de preparação, adoptando urgentemente abordagens inovadoras e sem arrependimentos à preparação e resposta, e assegurando uma assistência humanitária equitativa e com princípios.

Para Moçambique, o UNICEF está a pedir 113,1 milhões de dólares americanos para responder às necessidades de 1,3 milhões de raparigas e rapazes e dos seus cuidadores e comunidades, e para se preparar e responder a futuras tempestades e crises climáticas, tratamento de desnutrição aguda grave e emergências de saúde pública.

 


Nota para editores:

Os cinco principais apelos subfinanciados para 2022 incluíam:

  • Líbia: 91 por cento não financiados;
  • Camarões: 89 por cento não financiados;
  • Líbano: 89 por cento não financiado;
  • Resposta europeia aos refugiados de vários países: 88 por cento sem financiamento;
  • Guiné: 85 por cento sem financiamento

 

Informação sobre a Acção Humanitária para as Crianças e apelos individuais disponíveis aqui.

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