Retrospectiva 2020
Confira um pouco do trabalho do UNICEF no Brasil neste 2020 marcado pela pandemia da Covid-19

Em 2020, tudo mudou de repente. Escolas fechadas, comércio fechado, praias e ruas vazias. Máscara, álcool em gel e distanciamento social. A Covid-19 fez o impossível: parou o mundo.
Mas o UNICEF não parou. Pelo contrário.
Trabalhamos incansavelmente para mitigar os impactos da pandemia na vida de crianças, adolescentes e famílias, em especial os mais vulneráveis.
JANEIRO |
Quando o ano começou, ninguém imaginava o que seria 2020. No UNICEF, começamos comemorando um reencontro emocionante. Os irmãos Richard e Natacha haviam chegado sozinhos a Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, em busca da mãe. Foram encontrados pela equipe do UNICEF, que começou uma grande mobilização até localizar a mãe dos adolescentes, em Manaus. Correria, muito trabalho e conseguimos: a família foi reunificada!
FEVEREIRO |
O ano continuou e chegamos à época de volta às aulas. Contamos, ali, a história do Jean. O adolescente estava em atraso escolar, em risco de abandonar a escola. Mas, graças à estratégia de Trajetórias de Sucesso Escolar, do UNICEF em parceria com a secretaria de Educação do Distrito Federal, ele conseguiu recuperar o tempo pedido, e chegar ao ensino médio na idade certa! Acompanhamos o primeiro dia de aula do Jean, e os sonhos dele para aquele momento.
...e, de repente, veio a pandemia da Covid-19...
MARÇO |
Rapidamente, o UNICEF se organizou. Era fundamental levar ajuda emergencial e informação a crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade. Para isso, o UNICEF ampliou sua atuação no Brasil, e incluiu a distribuição de kits de higiene e cestas básicas à população, junto com folhetos informativos. Uma enorme força-tarefa foi criada, em parceria com empresas e ONGs, para que a ajuda chegasse rápido a quem mais precisava dela.
As primeiras doações chegaram em março, a 21 mil pessoas. E, até novembro, alcançaram 2,1 milhão de crianças, adolescentes, adultos e idosos em todas as regiões do Brasil.

ABRIL |
Era fundamental, também, ouvir as crianças e os adolescentes. Entender como eles estavam se sentindo, dar espaço para falassem e fossem acolhidos. Surgiu aí a campanha Sentimentos no Papel, convidando meninas e meninos de todo o País a desenhar como estavam na pandemia, e orientando mães, pais e responsáveis a cuidar da saúde mental de todos em casa. Além da campanha, o UNICEF produziu orientações sobre saúde mental e realizou diversas atividades com adolescentes, voltadas ao tema.

O UNICEF alertou, também, para os riscos de aumento da violência contra crianças e adolescentes, em tempos de pandemia. Para auxiliar meninas, meninos e famílias a prevenir e enfrentar a violência, foram criados cards e outros conteúdos, distribuídos via redes sociais, grupos de WhatsApp e redes de adolescentes.

MAIO |
Com as crianças longe das salas de aula, era essencial fazer com que elas tivessem oportunidades de aprendizagem em casa. Para isso, o UNICEF lançou o Deixa que Eu Conto, podcast diário para levar histórias, brincadeiras e atividades a crianças e famílias de todo o País, via rádio e internet. A iniciativa ganhou, também, conteúdos voltados aos saberes amazônicos e afro-brasileiros. Em paralelo, o UNICEF lançou um apelo ao Governo Federal e às empresas de telefonia para que investissem para prover o acesso livre à internet para todas as famílias vulneráveis.

Também em maio, o UNICEF intensificou suas ações voltadas ao acesso de migrantes venezuelanos a água, saneamento e higiene – essenciais para cuidar da saúde e se proteger contra a Covid-19. Nas ocupações espontâneas em que os muitos migrantes vivem foram instaladas estruturas de lavagem de mãos e caixas de armazenamento de 5 mil e 10 mil litros, beneficiando mais de 2,5 mil migrantes e refugiados venezuelanos. Nos 13 abrigos oficiais da Operação Acolhida, a resposta humanitária liderada pelo Governo Brasileiro, o UNICEF é responsável pelo fornecimento e gestão do sistema de água, resíduos e esgoto – o que beneficia os 5,4 mil migrantes e refugiados que lá vivem.
JUNHO |
No final de maio, a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, reacendeu os debates sobre racismo em diversas partes do mundo. No Brasil, o UNICEF já vinha atuando no enfrentamento do racismo na infância e na adolescência, e ampliou suas ações. A campanha “Por Uma Infância Sem Racismo” foi reativada, com ações importantes nos meses seguintes. Nas redes sociais, mostramos diversas vezes que a violência contra meninas e meninos negros “não é coincidência, é racismo”. Em agosto, ocupamos as redes sociais de Bruno Gagliasso com um Festival de Infâncias e Adolescências Negras, voltados ao empoderamento de meninas e meninos negros.

JULHO |
Em 13 de julho de 2020, o Estatuto da Criança e do Adolescente completou 30 anos! Marco fundamental dos direitos de meninas e meninos, o ECA trouxe, para a legislação brasileira, os princípios da Convenção sobre os Direitos da Criança, que rege o trabalho do UNICEF em todo o mundo. Para comemorar a data, o UNICEF foi a público defender o ECA e pedir prioridade para crianças e adolescentes na pandemia e após ela.
É preciso fortalecer o Estatuto da Criança e do Adolescente e priorizar investimentos na infância e na adolescência.
AGOSTO |
Água, saneamento e higiene são essenciais para que as famílias cuidem da saúde e se protejam da Covid-19. Em agosto, o UNICEF, o Banco Mundial e o Instituto de Águas de Estocolmo (Siwi) lançaram um estudo mostrando os desafios de acesso a esses serviços no Brasil e as iniciativas que têm dado resultado no País. O acesso a água, saneamento e higiene nas escolas passou também a integrar as pautas prioritárias e ações do UNICEF no Brasil.
Também em agosto, o UNICEF realizou um grande estudo, junto com o Ibope Inteligência, para entender os impactos da pandemia na vida de crianças e adolescentes. A pesquisa alertou que famílias com crianças e adolescentes foram as que mais sofreram as consequências da pandemia. Elas tiveram maior redução em sua renda, maior impacto na alimentação e sofreram com o fechamento das escolas. Uma nova etapa do estudo foi realizada em novembro, mostrando que a situação se agravou ainda mais.
Pesquisa do UNICEF mostra que crianças e adolescentes são as vítimas ocultas da pandemia da Covid-19.
SETEMBRO |
Reabrir as escolas com segurança deve ser prioridade. Esse alerta foi feito pelo UNICEF em setembro, junto com a Unesco e a Opas/OMS. Naquele mês, lançamos, em parceria com a Undime, a campanha Busca Ativa Escolar em Crises e Emergências, para incentivar municípios a ir atrás de cada menina ou menino que estava fora da escola antes da pandemia, ou não conseguiu se manter aprendendo com o fechamento das escolas. No site do UNICEF, preparamos uma página especial, com todas as orientações para reabrir as escolas em segurança.
Além disso, lançamos o “Super Panas na Rádio”, com conteúdo educativo disseminado via rádio para crianças e adolescentes migrantes venezuelanos, vivendo em Roraima.
Fora da escola não pode,
mesmo que a escola esteja funcionando em outros formatos.
OUTUBRO |
Mês com muitas atividades, outubro começou com uma grande homenagem a educadores, educadoras e demais profissionais de Educação. No dia 15 de outubro, Dia do Professor, o UNICEF preparou uma “Obrigadaço”: crianças, adolescentes e famílias foram convidados a publicar nas redes agradecimentos a esses profissionais pelo esforço gigantesco para manter os estudantes aprendendo na pandemia.

Em seguida, o UNICEF fez um apelo aos candidatos a prefeitos e vereadores de todo o País: colocar crianças e adolescentes como prioridade na próxima gestão municipal. Para tanto, lançou “Mais que Promessas na Sua Cidade”, com seis temas essenciais que precisavam estar na agenda pública municipal.
E o mês terminou com o lançamento da iniciativa “1 Milhão de Oportunidades”, que reúne empresas, sociedade civil, OIT e UNICEF para ampliar o acesso de meninas e meninos em situação de vulnerabilidade a oportunidades de aprendizagem e trabalho protegido.
NOVEMBRO |
Chegando em novembro, o UNICEF lançou a campanha “A proteção de crianças e adolescentes está em suas mãos”, em parceria com Ministério Público do Trabalho (MPT), Agenda Pública e Instituto Camará Calunga. A campanha está nas redes e na televisão, com o objetivo de alertar para as situações de violência sexual, do trabalho infantil e da violência física sofridas pelas crianças e pelos adolescentes e convocar cada pessoa a prevenir e denunciar.
DEZEMBRO |
Dezembro veio para renovar as esperanças! Foi o mês de encerramento da edição 2017-2020 do Selo UNICEF. No total, 431 municípios do Semiárido e da Amazônia Legal brasileira alcançaram as metas propostas pelo UNICEF para ampliar o acesso de crianças e adolescentes a seus direitos, e receberam o Selo UNICEF.

Também divulgamos os resultados das 10 capitais que participam da Plataforma dos Centros Urbanos! Cada cidade se empenhou em reduzir as desigualdades entre as diferentes regiões e garantir os direitos de mais meninas e meninos, em especial aqueles em situação de vulnerabilidade.
E para fechar o ano, lançamos uma campanha com a Mauricio de Sousa Produções e Facebook sobre a importância da vacinação.

Vacinas são eficazes e salvam vidas. E fazem parte dos nossos desejos e esperanças para 2021: um mundo com vacinas e saúde para todos; com reabertura segura de todas as escolas; com uma infância e uma adolescência sem pobreza, sem racismo, sem discriminação e com inclusão.
