O mapa da primeira infância em Salvador
Conheça os indicadores de promoção dos direitos da primeira infância entre 2016 e 2019
Das cinco regiões da cidade de Salvador com as mais altas taxas de mortalidade neonatal1 em 2016, quatro apresentaram melhora nessa taxa em 2019. A redução do número de mortes de bebês ocorreu nas prefeituras-bairro de São Caetano/Liberdade, Subúrbios/Ilha, Cidade Baixa e Valéria. Na prefeitura-bairro de São Caetano/Liberdade, a taxa baixou de 15,67 para 13,51 mortes por 1.000 nascidos vivos. Em Subúrbios/Ilha, a queda foi de 15,06 para 14,30. Na Cidade Baixa e em Valéria, os índices caíram de 13,57 para 11,15 e de 14,41 para 12,44, respectivamente.
Essas regiões ajudaram a melhorar a média da cidade, que caiu de 12,41 para 11,67 mortes por 1.000 nascidos vivos. A exceção, entre as prefeituras-bairro com os piores indicadores em 2016, é Cajazeiras, onde a taxa aumentou de 13,63 para 14,39 em 2019.
A taxa de mortalidade neonatal da cidade de Salvador caiu de 12,41 mortes para 11,67 mortes por 1.000 nascidos vivos – uma redução de 6% no período entre 2016 e 2019. O valor alcançado ultrapassou o valor de referência2 de 11,92 mortes por 1.000 nascidos vivos, estipulado pela Plataforma dos Centros Urbanos. Chama a atenção, entretanto, que a taxa em 2019 está, na verdade, mais alta do que a taxa em 2017, indicando que a melhora poderia ter sido maior.
1Mortalidade neonatal é o número de óbitos de bebês de 0 a 27 dias de vida completos, por 1.000 nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
2Valor de referência (VR) é definido pelos dados coletados na linha de base, correspondendo à média aritmética das taxas das unidades territoriais acima da mediana, acrescido de um cálculo que tem como horizonte 2030, ano de referência para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU.
Mortalidade neonatal – 2016-2019 – Salvador
Taxa por 1.000 nascidos vivos
Houve avanço em outros dois aspectos relacionados aos cuidados com a primeira infância. A incidência de sífilis congênita em Salvador caiu de 20,12 para 17,50 por 1.000 nascidos vivos. Entre 2016 e 2019, o número de crianças de menos de 5 anos com sobrepeso também apresentou redução, passando de 10,41% para 9,12% das crianças nessa faixa etária.
No enfrentamento da sífilis congênita3, houve redução de 13% nos casos diagnosticados da doença. Isso significa que, em 2019, a cidade registrou menos 25 recém-nascidos com sífilis do que teria ocorrido se a taxa de 2016 tivesse se mantido. Nesse período, a taxa caiu de 20,12 para 17,50 por 1.000 nascidos vivos.
Apesar dessa redução, a taxa de incidência de sífilis congênita em Salvador permanece maior do que a média brasileira em 2019, divulgada pelo Ministério da Saúde, de 8,2 casos para cada 1.000 nascidos vivos.
3Sífilis Congênita é a infecção do feto pela bactéria Treponema pallidum, transmitida de mãe para o bebê pela placenta, em qualquer momento da gestação. Se não for tratada, pode causar uma série de problemas desde aborto a más formações no bebê.
Sífilis congênita – 2016-2019 – Salvador
Taxa por 1.000 nascidos vivos
Salvador também contou com a redução do número de crianças de até 5 anos com sobrepeso4 de 12% entre 2016 e 2019. Esse percentual caiu de 10,41% para 9,12% do total de crianças nessa faixa etária.
4Sobrepeso infantil – O indicador é a proporção de crianças até 5 anos acompanhadas com peso elevado para a idade. O excesso de peso na infância afeta diretamente o crescimento e o desenvolvimento da criança, aumentando o risco de hipertensão e de doenças cardiovasculares, diabetes, dificuldades respiratórias, além de outras consequências ao longo da vida.
Sobrepeso infantil – 2016-2019 – Salvador
Proporção de crianças menores de 5 anos com indicação de peso elevado para a idade
Em síntese
Foi possível avançar na promoção dos direitos da primeira infância mais vulnerável da cidade de Salvador. A mortalidade neonatal melhorou na maioria das prefeituras-bairro que tinham as maiores taxas em 2016. A taxa de mortalidade neonatal média da cidade caiu em 2019, chegando a um valor melhor do que o valor de referência estabelecido pela Plataforma dos Centros Urbanos para a cidade. Ao mesmo tempo, houve melhora também no enfrentamento da sífilis congênita e do sobrepeso de crianças de menos de 5 anos.