"O esporte me ajudou muito a lidar com as violências"
Morador do Complexo do Chapadão, o jovem Carlos Eduardo participou do Chama na Solução 2022, discutindo soluções para enfrentar as violências

Desde que nasceu, o jovem Carlos Eduardo Albernaz Florêncio, de 19 anos, mora no Complexo do Chapadão, em Ricardo de Albuquerque, no Rio de Janeiro. Vive com seus pais e sua irmã mais velha, que o animou a participar do projeto Chama na Solução Rio de Janeiro 2022.
"Minha irmã me influenciou bastante nessa participação. Por causa dela, fui procurar saber melhor do que se tratava o projeto. Achei muito interessante estar trazendo tudo isso para as comunidades do Rio, então resolvi participar", afirma o jovem.
Com realização do UNICEF e parceria técnica do Centro de Promoção da Saúde (Cedaps) no Rio de Janeiro, o Chama na Solução reuniu jovens moradores de favelas e periferias na construção de propostas para prevenir e enfrentar as violências cotidianas que afetam sua vida. De março a maio deste ano, a turma se dividiu em cinco grupos para desenvolver suas ideias.
Carlos participou do grupo “Ajudando & Apoiando”. Focando o cuidado e acolhimento do outro, o grupo desenvolveu seu projeto: um movimento de rodas de conversa nas escolas da sua comunidade, para conversar sobre as diferentes violências e os seus impactos na vida e na saúde mental das pessoas.
Ele conta que o processo criativo para o desenvolvimento da solução foi muito produtivo. "Um dos maiores desafios foi definir a qual violência daríamos mais prioridade, pois é de extrema importância o combate de todas as violências".
Ele próprio, que na sua vida pessoal sempre teve uma boa estrutura familiar, sempre buscou estratégias para lidar com as violências fora de casa e foi nos esportes que encontrou apoio para não abalar seu psicológico. "Claro que nem sempre você consegue manter um equilíbrio, ainda mais quando é uma criança ou adolescente. Mas o que sempre me ajudou a desabafar foram os esportes, que pratico desde muito novo, como jiu-jitsu e o muay thai. Essa oportunidade me ajudou a superar muitas coisas, pois era um meio de botar o que eu sentia para fora".
As expectativas do jovem para a implementação do projeto são altas. Ele deseja que as violências na sua comunidade diminuam e que outros lugares da cidade que sofrem com múltiplas violências possam ter acesso ao Ajudando & Apoiando. "Acredito que esse projeto possa ajudar muito os jovens, de forma a esclarecer melhor o que são e como acontecem essas violências, para que saibam identificar quando estiverem sofrendo ou praticando [violências]".