A nova rotina escolar de Laura

Após quase um ano de pandemia, a escola de Laura, no município de Serrinha, no Rio Grande do Norte, voltou às aulas presenciais em segurança

UNICEF Brasil
Com baixo contágio da Covid-19, o município de Serrinha, no Rio Grande do Norte, conseguiu reabrir suas escolas de forma segura para as aulas presenciais. Após quase um ano de pandemia, a escola de Laura retomou as aulas presenciais.
UNICEF/BRZ/Alessandro Potter
07 julho 2021

O município de Serrinha, no estado do Rio Grande do Norte, reabriu suas escolas para os estudantes no início de fevereiro de 2021, com uma articulação conjunta entre as Secretarias de Saúde e Educação e a comunidade escolar do município. A cidade, com pouco mais de 7 mil habitantes, estava com curva de contágio baixa, e, após a análise epidemiológica da situação, voltou a abrir os portões, com todas as adaptações necessárias. O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Coração de Estudante, escola de Laura Rayssa, 6 anos, foi uma das que, depois de um ano de pandemia, voltou a receber estudantes animados para as aulas presenciais.

Foto mostra uma menina entrando na escola, puxando a mochila. Ela usa máscara. Atrás dela, no portão da escola, estão duas mulheres, também usando máscara.
UNICEF/BRZ/Alessandro Potter

A nova rotina, Laura já sabe de cor. “Passa o álcool na mão, bota máscara, lava a mão. Aí depois quando chega do banheiro, você lava a mão, passa álcool... Tem que manter a distância, não pode ficar perto”, conta Laura. Desde a entrada da escola, marcações no chão já indicam onde cada um deve esperar sua vez para ter a temperatura tomada. Por conta da pandemia da Covid-19, esse é o primeiro passo dado pelos estudantes portão adentro, seguido da lavagem de mãos e higienização dos pés antes de entrar.

Foto mostra uma sala de aula com carteiras bem espaçadas e crianças usando máscara.
UNICEF/BRZ/Alessandro Potter

Em fevereiro de 2021, a escola já estava funcionando presencialmente para todos os estudantes da pré-escola, e manteve o ensino remoto apenas para aqueles da creche. No total, eram 110 estudantes estudando nas turmas, divididos entre manhã e tarde, com cerca de 10 a 15 alunos por sala, cumprindo as regras de distanciamento entre as mesas. “É diferente, porque a gente não pode mais encostar nos amigos, brincar e também porque a gente tem que ficar na bola, não pode ficar mais no chão”, conta Laura, referindo-se às marcações no chão da escola que ajudam a manter o distanciamento entre os estudantes.

Foto mostra Laura sentada em sua carteira escolar estudando. Ao fundo vemos outras carteiras escolares todas com o espaçamento recomendado pelos protocolos de segurança. E todas as crianças usando máscara.
UNICEF/BRZ/Alessandro Potter

As novas diferenças na rotina não foram suficientes para afastar a menina da escola. “Eu estava com saudade de brincar no balanço, correr ali... Estava com saudade de brincar com minhas amigas, várias coisas, saudade de brincar na sala de aula”, relembra Laura. Ela, assim como muitos estudantes em todo o Brasil, passou o último ano estudando remotamente em casa por conta da pandemia, por meio de atividades impressas e online. A mãe da menina, Vanessa Nascimento, sempre se esforçava para ajudá-la em todas as atividades, mas ela gostava mais das que vinham impressas. “Assim ela entendia que vinham da escola”, diz.

Dois estudantes usando máscara lavam as mãos no banheiro da escola. Eles mantêm uma distância de 1,5 m entre eles.
UNICEF/BRZ/Alessandro Potter

Mas, para que Laura e muitos outros estudantes de Serrinha pudessem voltar a encontrar seus colegas e professores, muitos esforços precisaram ser empreendidos nas escolas do município. “Foram colocadas as pias, a Secretaria de Educação se responsabilizou. Os totens com álcool em gel, fizemos confecção de máscaras, o distanciamento social. Fizemos um comitê com toda a equipe escolar para que cada um soubesse suas obrigações; distanciamento de 1,5 metro na sala; cada professor tem seu recipiente de álcool para limpeza e desinfecção dos ambientes”, explica a diretora do Coração de Estudante, Josailma Silva. 

Josailma explica que o trabalho conjunto com as famílias e toda a comunidade escolar facilitou o processo de volta para a escola, pois pais e responsáveis, professores e funcionários da escola foram instruídos sobre as novas medidas adotadas no ambiente escolar para prevenção da Covid-19. “É preciso muita conscientização das pessoas, cada um cuidando de si e cuidando do outro: o amor e o respeito, um pelo outro”, diz. 

Uma menina e sua mãe estão sentadas a uma mesa na escola. As duas usam máscara.
UNICEF/BRZ/Alessandro Potter

E os esforços não passaram mesmo despercebidos pelos pais, que se sentiram confiantes em mandar seus filhos e filhas para as aulas presenciais. “Eu não tive medo porque vi que eles tiveram o empenho de adaptar, e vi que estavam todas as crianças em segurança, todas as normas direitinho: distanciamento, máscara, uso do álcool, lavagem e higienização das mãos. Achei necessário o retorno dela, porque tanto a escola me passou segurança quanto pela questão da alfabetização, para ela continuar a estudar”, diz Vanessa.

Assista ao vídeo da volta às aulas presenciais no CMEI Coração de Estudante, no município de Serrinha, no Rio Grande do Norte

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