Manter a conexão com a escola

Com a entrega de kits de conectividade do UNICEF, em parceira com Americanas, adolescentes da comunidade do Abacatal, no Pará, podem seguir estudando

UNICEF Brasil
Foto mostra uma adolescente segurando uma mochila azul com o logo do UNICEF. Ela está em um espaço aberto e usa máscara.
UNICEF/BRZ/Elias Costa
22 setembro 2021

Na comunidade quilombola do Abacatal, em Ananindeua, no Pará, muitas crianças e muitos adolescentes tiveram que enfrentar o desafio do ensino remoto sem um celular ou internet. Durante a pandemia da covid-19, o local, que muitas vezes perde a cobertura de sinal, viu seus estudantes ainda mais vulneráveis e em risco de perder o vínculo com a escola. “Se alguém tem celular, não tem dinheiro para por crédito, e, se tem internet em casa, não tem celular. Então você tinha que optar por um por outro”, conta Bianca Cardoso, de 15 anos. A adolescente, que está cursando o 1º ano do ensino médio, foi uma das estudantes que passou por isso. Bianca não tinha celular ou internet em casa, então contava com a ajuda da tia que possuía um aparelho e buscava as atividades impressas para ela e seus primos na escola.

Para apoiar o acesso dos estudantes da comunidade às aulas e a continuidade dos seus estudos, o UNICEF, em parceria com a Americanas, doou 200 kits de conectividade em Belém, contendo celulares, chips com recarga para internet, um caderno, máscaras, álcool em gel e livros.

Com o novo celular, Bianca espera poder continuar com as aulas remotas, participando das atividades online e tendo acesso necessário à informação. Para ela, isso vai significar muitas mudanças positivas. “Não vou ter que esperar os professores escreverem, fazerem xerox. Não vai precisar alguém da família se locomover para buscar [as atividades]. Também vou poder pesquisar mais sobre os assuntos para que eu entenda melhor, e vou ficar mais craque”, alegra-se.

Foto mostra uma adolescente segurando uma mochila azul com o logo do UNICEF. Ela está em um espaço aberto e usa máscara.
UNICEF/BRZ/Elias Costa

Camila Victoria, também moradora da comunidade, até tinha um aparelho, mas a tela estava quebrada e dificultava os estudos. A jovem de 18 anos ficou sem contato com a escola durante parte do ano de 2020. Voltou, no início de 2021, e passou a receber atividades para terminar o 8º e 9º ano, que estava cursando ao mesmo tempo por meio de um programa da escola. “Foi muito difícil, porque a gente estava estudando muito bem. Veio a pandemia e acabou tudo”, relembra.

Desde então, Camila fez o possível para acompanhar as atividades impressas da escola, e passou de ano. Agora, ela já está iniciando o 1º e o 2º ano do ensino médio – também cursados ao mesmo tempo –, e em breve volta para as aulas presenciais de forma híbrida. Para ela, o novo celular que recebeu vai ajudar ainda mais nesse período de transição, para que possa seguir acessando as aulas online e buscando ajuda para as disciplinas de que mais precisa. “Eu estou feliz, porque, se der tudo certo, eu vou passar neste ano, e ano que vem é o meu último”, conta. “Eu vou voltar agora para acabar meus estudos, algo que eu quero logo”, diz a jovem, que sonha, em breve, cursar Enfermagem.