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Enfrentando a desnutrição infantil às margens do rio Tocantins

UNICEF, em cooperação com a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), leva formação para agentes e líderes comunitários em Tucuruí, interior do estado do Pará

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UNICEF
28 abril 2025

A equipe chegou cedo à Terra Indígena do povo Assurini no município de Tucuruí (PA). Foi lá que, por quatro dias, 30 líderes comunitários, profissionais de saúde e agentes indígenas das etnias Assurini, Tembé e Parakanã se reuniram para participar de uma formação para o enfrentamento da desnutrição infantil indígena, promovida pelo UNICEF.

A alimentação nos primeiros anos de vida é essencial para o crescimento saudável e para a prevenção de doenças. Ações como essa garantem que cada criança indígena tenha um começo de vida e um desenvolvimento mais saudáveis, com acesso à alimentação adequada e a cuidados essenciais para sua saúde.

“A desnutrição infantil é o pano de fundo. Ela afeta a imunidade das crianças e abre as portas para infecções que matam. Essas infecções podem ser respiratórias, diarreia e outras doenças prevalentes na infância. A desnutrição é presente e constante em muitas comunidades indígenas”, explica Luciana Phebo, chefe de Saúde e Nutrição do UNICEF no Brasil.

A princípio, apenas adultos participam da atividade, mas, aos poucos, o local onde as capacitações acontecem começa a ficar cercado de crianças. Duas delas são Pinuá e Iwini Assurini, primos, ambos de seis anos de idade. Os dois, sobrinhos do líder local, Oliveira Assurini, vivem lá desde que nasceram. E se divertem ao longo do dia com o pé de manga de mais de cinco metros de altura, localizado perto da escola. A árvore dá a elas não só manga para comer ao longo dia, mas também matéria-prima para construir bonecos e brincar.

homem de costas vestindo adereço de penas participa de um treinamento
UNICEF/BRZ/Luiz Marques

“Ao longo dos anos, fomos perdendo alguns hábitos de cultivo de alimentos, pesca e criação de animais. Vamos começar a criação de peixe e de frango porque nos preocupa a questão da sustentação das crianças porque as crianças se alimentam bem quando está funcionando a escola, quando tem merenda”, conta Oliveira.

Na terra indígena que abriga o povo Assurini vivem cerca de 875 pessoas. A comunidade faz parte do DSEI Guamá-Tocantins que, junto à Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), mantém uma cooperação com o UNICEF para a realização dessas capacitações. As atividades têm como base a metodologia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), cujo objetivo é promover uma rápida e significativa redução da mortalidade na infância por meio de formações destinadas a profissionais de saúde que atendem crianças nos serviços de atenção básica no Brasil. O AIDPI aborda diferentes temáticas, sendo uma delas o enfrentamento à desnutrição infantil.

Somadas ao programa AIDPI, as capacitações também levam em conta o conhecimento local das comunidades indígenas, enfatizando com os participantes os passos para o enfrentamento da desnutrição infantil, que começam pelo reconhecimento da situação por meio de um diagnóstico, o qual conduzirá a implementação de medidas emergenciais ou de rotina.

“Essa é uma estratégia potente, que trabalha questões que determinam os adoecimentos, assim como todo o processo nutricional e de recuperação do estado nutricional das crianças. O UNICEF é um grande parceiro do Mistério da Saúde para fortalecimento dessas políticas públicas e de ações de promoção do cuidado integrado dessas comunidades”, afirma Jessica Sousa, consultora técnica da SESAI.

A capacitação aconteceu em dezembro de 2024. Para suas ações de enfrentamento à desnutrição infantil indígena, o UNICEF conta com a parceria de Odontoprev.

 

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