Em 2022, o único desejo é voltar para a escola

Com o apoio do UNICEF e JOHNSON’S®, o retorno às aulas presenciais está mais próximo de ocorrer em dois municípios do Piauí, beneficiando quase 3 mil crianças

UNICEF Brasil
Foto mostra uma criança lendo um folheto com desenhos de Mauricio de Sousa e o logo do UNICEF
UNICEF/BRZ/Neto Santos
12 janeiro 2022

Flávia Pereira virou o ano contando os dias para o seu aniversário. No próximo mês de março, ela completará 12 anos. Mas, no mesmo período, há uma marca que ela deseja não alcançar. Seriam dois anos sem frequentar a escola de forma presencial no município de Pedro II, no Piauí. Depois de um longo período de atividades em casa e alguns encontros online por conta da pandemia de covid-19, o novo ciclo trouxe esperança de que as portas, enfim, possam ser reabertas. Assim como seus colegas, Flávia só tem um desejo para o início deste período letivo: voltar para a escola.

Foto mostra uma menina em pé. Ela está com uniforme escolar e usa máscara. Ela está em uma rua, com casas, árvores e carros.
UNICEF/BRZ/Neto Santos

“É muito difícil aprender sozinha, o que eu mais quero é estar com meus colegas e professora”, contou Flávia. A reabertura das escolas de Pedro II e de Lagoa de São Francisco, município vizinho que adotou a modalidade híbrida (presencial e remoto) em setembro de 2021, ganhou um reforço para ocorrer neste ano. Em uma iniciativa do UNICEF, em parceria com JOHNSON’S®, 22 escolas nos dois municípios receberam estações de lavagem de mãos e kits de higiene compostos por sabonete, máscaras e absorventes higiênicos, além de material educativo, beneficiando 2.755 estudantes das áreas rurais e urbanas. A entrega contou com apoio local da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

Foto mostra uma mulher segurando pelas mãos uma menina e um menino. Todos usam máscara e estão parados no corredor de uma escola perto da porta de uma sala de aula.
UNICEF/BRZ/Neto Santos

Gestores, professores, pais e alunos ficaram mais confiantes para uma retomada presencial. Mãe de Júlio Cesar, 9 anos, e de Ana Júlia, 4 anos, que adiou por mais de um ano a primeira ida à escola, Juliana Maria Nascimento foi até a Escola Municipal Olho D’água dos Paulinos, em Pedro II, para conhecer os materiais que as crianças e a escola receberam para a reabertura. Ela disse sentir ainda mais segurança para enviar os filhos para as aulas presenciais.

“Quando minha filha achava que ia para a escola como o irmão, veio a pandemia e os dois precisaram ficar em casa. Foi bastante difícil. A criança não aprende igual e sente muita falta de estar com outras, né? Aprendi a valorizar mais ainda as professoras. Não vejo a hora de voltar.”

Juliana Maria Nascimento, Pedro II, Piauí
Foto mostra três meninas com uniforme escolar e usando máscara paradas em frente a um mural onde está escrito 'sejam bem-vindos'
UNICEF/BRZ/Neto Santos

Estudantes da Escola Municipal Zilda Gonçalves, em Lagoa de São Francisco, Evelyn, 10 anos, Maria Elaine, 10 anos, e Paula, 8 anos, estão ansiosas para acabar a modalidade de rodízio presencial semanal e passar a ir diariamente para a escola. Elas acreditam que os novos lavatórios de mãos e os cartazes da Turma da Mônica poderão ajudar as crianças a manter os novos hábitos.

Foto mostra uma menina parada em frente a uma parede. Ela está de uniforme escolar e usa máscara.
UNICEF/BRZ/Neto Santos

“Eu não tive medo de voltar, porque eu sei me cuidar. A gente avisa quando um colega faz algo que não pode, como tirar a máscara ou ficar muito próximo. Está na hora de ter escola todos os dias.”

Maria Elaine Silva, 10 anos, Pedro II, Piauí

“Já estava cansada de aula online, foi muito difícil me adaptar. E foi tão bom rever os colegas! Não poder abraçar foi chato, mas mesmo assim gostei muito quando voltei.
Agora quero vir todos os dias.”

Evelyn Karina da Silva, 10 anos, Pedro II, Piauí
Foto mostra uma menina na frente de uma parede. Ela usa máscara e está olhando para a câmera.
UNICEF/BRZ/Neto Santos
Foto mostra uma menina em frente a uma parede. Ela está de uniforme escolar e usa máscara
UNICEF/BRZ/Neto Santos

“Eu queria poder abraçar, não usar álcool em gel... Mas sou muito estudiosa e senti falta das tarefas, dos professores. Gosto de estudar.
É muito diferente sem a escola.”

 

Paula Fernandes, 8 anos, Pedro II, Piauí

Exclusão escolar – Com as escolas fechadas por causa da pandemia, em novembro de 2020, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não frequentaram a escola de forma remota ou presencial. Outros 3,7 milhões de estudantes, que estavam matriculados, não tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram se manter aprendendo em casa. Os dados são de um estudo do UNICEF e do Cenpec Educação que alertou para o risco do País regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação, afetando ainda mais quem já vivia em situação vulnerável.

Como resposta a esse cenário e apoio no enfrentamento da pandemia, o UNICEF vem atuando para garantir a manutenção de atividades essenciais de forma segura para crianças e adolescentes. Além das entregas dos itens de higiene, a iniciativa prevê ações educativas e de comunicação sobre cuidados com a higiene na volta às aulas, envolvendo profissionais de educação das escolas municipais.

Foto mostra um menino lavando as mãos em uma estação de lavagem de mão com desenhos do Mauricio de Sousa e o logo do UNICEF. O menino está usando máscara e uniforme escolar..
UNICEF/BRZ/Neto Santos

Em parceria com JOHNSON’S®, o UNICEF vai instalar estações de lavagem de mãos e distribuir kits de higiene em escolas do Pará e Piauí. Juntos, eles apoiam a reabertura segura de 44 escolas, beneficiando mais de 4 mil crianças. O UNICEF implementa a iniciativa em parceria com organizações da sociedade civil. No Piauí, o parceiro implementador é a ASA, com o apoio local da Obra Kolping.