"As doações são o que mais tem nos ajudado"

Em parceria, UNICEF, MPT-SP e Rede Ibab Solidária distribuem kits de higiene e limpeza a 900 famílias vulneráveis no centro de São Paulo

UNICEF Brasil
02 julho 2020
A família de Railine Alves foi uma das que receberam kits de higiene e limpeza da ação conjunta do UNICEF, MPT-SP e Rede Ibab Solidária em São Paulo. Em parceria, distribuíram kits de higiene e limpeza a 900 famílias vulneráveis no centro de São Paulo.Na foto, Railine, com seus filhos.
Arquivo pessoal

Na ocupação do Bom Retiro, na cidade de São Paulo, Railine Alves e seu marido moram com quatro filhos e vivenciam de perto o risco de contaminação pelo novo coronavírus. Ela conta sobre a dificuldade de se manter longe do vírus e se tomar medidas de precaução quando a moradia é dividida por muitas famílias, como ocorre em várias ocupações e vários cortiços da região central da capital paulista.

"Fica complicado se manter seguro por aqui. A gente faz o que pode... Temos que evitar aglomeração, mas, com tanta gente dentro de casa e muitos vizinhos por perto, não é algo tão simples", explica Railine, preocupada com suas cinco crianças – quatro morando com ela e uma delas vivendo com a avó.

A família da Railine foi uma das famílias atendidas por uma ação conjunta do UNICEF e do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP), em parceria técnica com a Rede Ibab Solidária. Com o objetivo de contribuir com a prevenção do coronavírus, foram distribuídos kits de higiene pessoal e limpeza, além de folhetos informativos sobre cuidados de saúde e proteção das crianças e dos adolescentes. Ao todo, os produtos chegaram a 900 famílias que vivem em cortiços, ocupações e situação de rua no centro da capital paulista, totalizando cerca de 2.700 crianças e adolescentes beneficiados. A distribuição foi feita por meio do Projeto Novos Sonhos, ligado à Rede Ibab Solidária.

Quando questionada sobre a importância das doações, Railine pensa no coletivo: "É importante não só para minha família, mas pra todo mundo por aqui... Muitos vizinhos não têm gás, não têm luz. As doações são o que mais tem nos ajudado".

Com a suspensão das aulas presenciais, a educação das crianças é mais uma preocupação: "Meu filho de 10 anos e a menina de 8 anos, eu mesmo estou ensinando. Os outros ainda são bebês. Aqui a televisão não pega todos os canais, principalmente o da escola, então eu estou ensinando do jeito que sei. Não está sendo fácil. Não é a mesma coisa do que a professora ensinar dentro da escola. Estou fazendo o que é possível".

Apesar de tantos desafios, Railine redobra sua esperança ao falar do futuro: "Quando isto tudo passar, vou conseguir visitar minha família, as crianças vão voltar pra escola, vou conseguir arrumar um trabalho. Vai ser tudo como era antes, ou até melhor".