“Descobri que posso ser muitas coisas”

O adolescente Luiz Felipe entendeu que sucesso profissional é trabalhar com o que se gosta. Junto com outros adolescentes de São Paulo, ele participou do projeto Engaja, uma iniciativa promovida pelo UNICEF, a Saint-Gobain e o Cieds.

UNICEF Brasil
Foto mostra um adolescente apoiado na varanda de casa. Ele está sorrindo.
UNICEF/BRZ/Fabio Hirata
27 maio 2021

O futebol tem um lugar especial na vida de Luiz Felipe Borges da Silva, 16 anos. Quando está em campo, é mais do que diversão. O esporte tem aberto portas. “Por meio do futebol, eu fiz minha primeira viagem para fora de São Paulo, ganhei uma bolsa de estudos e estou numa escola particular super top. E, agora, o Engaja”, conta.

Convidado por um colega de treino, Luiz se inscreveu na iniciativa realizada pelo UNICEF, a Saint-Gobain e o Cieds em cinco bairros periféricos da capital paulista: Brasilândia, Cidade Tiradentes, Grajaú, Jardim Ângela e Tremembé. Com o objetivo de diminuir a distância entre jovens moradores de periferia e o mundo do trabalho, o projeto buscou a inclusão produtiva de meninas e meninos na sociedade, indicando caminhos e oferecendo capacitação para que eles acessem novas oportunidades. O Engaja ofereceu cursos e rodas de conversa online nos quais os jovens debateram sobre identidade, território e futuro, além de terem desenvolvido soluções para desafios vividos em suas comunidades.

Luiz nunca foi de ficar parado. No bairro onde mora, no Tremembé, ele encontra muito lugar para empinar pipa e jogar bola. Apaixonado por vôlei, judô e futebol, o adolescente pensava muito em lazer e trabalho e se dedicava pouco aos estudos. Enquanto nutria o sonho de ser jogador profissional, fazia bicos com mão de obra. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus e estimulado pela família e pela escola nova, Luiz mudou o foco: “A única coisa que não podem roubar da gente é o conhecimento. O estudo te desafia. Eu gosto de jogo, e estudar se tornou um jogo legal”.

Com essa nova percepção dos estudos, Luiz entrou no Engaja e pôde acumular uma série de aprendizados. Ele participou de cursos e rodas de conversas online sobre educação financeira, ensino superior e empreendedorismo, entendeu a importância de se conhecer, de saber o que o outro pensa e acessou ferramentas que apontam possibilidades de futuro. “O Engaja oferece uma formação para você ser o protagonista da sua própria história, te dá dicas de como entrar no mercado de trabalho, sobre quais são suas opções... me abriu a mente”, diz.

Um adolescente está sozinho em um campo de futebol. Ele faz um drible com a bola.
UNICEF/BRZ/Fabio Hirata

Ao participar do Engaja, Luiz definiu seus planos para o futuro. Cursando o segundo ano do ensino médio, ele agora pretende entrar na universidade para estudar Educação Física.

“A gente aprendeu que antes de querer trabalhar, de entrar no mercado de trabalho, é preciso escolher bem o que a gente quer. Isso foi um divisor de águas para saber o que eu queria. Eu levei em conta que sou uma pessoa muito comunicativa e ativa. Eu falei: ‘Mano! Eu posso cursar educação física!’. Posso ser professor, técnico, posso ser muitas coisas. Essa foi a lição que o Engaja me deixou”.

Além das dicas sobre como escolher uma profissão, o adolescente se encantou também pela Caixa de Ferramentas Jovem, uma capacitação voltada para a saúde mental e desenvolvimento socioemocional. Com ela, Luiz aprendeu outras formas de ver o mundo e se sentiu acolhido: “Eles traziam um problema, pediam para a gente se expressar e mostravam várias possibilidades, e a gente percebia que nem sempre nosso pensamento é o certo. Tentavam sempre passar um outro lado da história”.

E conclui: “Se um dia eu for contar uma das coisas que me ajudou na minha trajetória, com certeza vou falar do Engaja”.