UNICEF contribui para a resposta à crise humanitária no Território Yanomami
O UNICEF integra os esforços da Emergência em Saúde Pública nas áreas de saúde, nutrição, água e saneamento, em coordenação com o Governo Brasileiro, organizações indígenas e demais parceiros.
Estudo de 2019 mostrou que mais de 80% das crianças yanomamis avaliadas estavam desnutridas.
Brasília, 31 de janeiro de 2023 – O Fundo da Nações Unidas para a Infância (UNICEF) faz parte dos esforços para combater a grave crise humanitária e de saúde pública que acomete a população indígena yanomami. Nesta primeira etapa, o UNICEF trabalha junto com o Governo Brasileiro para o combate à desnutrição de crianças e melhorias no acesso a água e saneamento.
O Brasil vive hoje uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, declarada pelo Ministério da Saúde no último dia 20 de janeiro, diante da necessidade de combate à falta de assistência sanitária dos povos que vivem na Terra Indígena Yanomami (TIY), nos estados de Roraima e do Amazonas. A pasta instalou ainda uma Sala de Situação e o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami) como mecanismos nacionais da gestão coordenada da resposta, sob responsabilidade da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).
O UNICEF está articulando suas contribuições nas áreas de saúde, nutrição, água, saneamento e proteção à infância juntamente com contrapartes governamentais. As ações estão sendo desenvolvidas em coordenação com a Sesai e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), visando contribuir com a resposta emergencial liderada pelo Governo Federal na assistência de crianças, adolescentes e gestantes. Desde 2018, o UNICEF estabeleceu um escritório de campo em Boa Vista e, no ano passado, iniciou um trabalho de apoio ao povo yanomami.
“O UNICEF tem uma ampla atuação em respostas na área de saúde e nutrição em crises humanitárias, bem como experiência global em água e saneamento, duas áreas que andam juntas para enfrentar a crise humanitária no Território Yanomami. A nutrição é a base para as crianças sobreviverem e alcançarem seu pleno potencial. Para além desse apoio imediato, estamos em diálogo com o Governo Brasileiro, organizações indígenas e outros parceiros para a resposta no curto, médio e longo prazo”, afirma o representante do UNICEF no Brasil, Youssouf Ould Abdel-Jelil.
Entre as opções que estão sendo debatidas e acordadas com o Governo Brasileiro e demais parceiros, estão: o apoio para a melhoria do acesso à água, ao saneamento e à higiene em unidades básicas de saúde indígena, principalmente nas comunidades com cobertura mais baixa e alta taxa de doenças diarreicas agudas (DDA) e desnutrição; a compra e distribuição de equipamentos de medição antropométrica para apoiar os cuidados nutricionais e apoiar na implementação de avaliação nutricional; e a instalação, em parceria com organizações indígenas, de espaços amigos da criança, que oferecem apoio psico-social a crianças e adolescentes.
Trabalho com os yanomamis
Em 2022, o UNICEF assinou um Memorando de Entendimento com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami para a implementação de infraestruturas de abastecimento de água e melhoria do acesso a banheiros e pias em Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSI) no Território Yanomami. Treze unidades e 22 comunidades foram beneficiadas com sistemas de água potável. Também no ano passado, o UNICEF iniciou um projeto com a população yanomami com foco na preparação a emergências e criação de sistemas de alerta na terra indígena. Ambas iniciativas são financiadas pela União Europeia por meio do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária (Echo, na sigla em inglês).
Desnutrição entre crianças yanomamis
Em 2019, o UNICEF divulgou os dados da Pesquisa sobre os determinantes sociais da desnutrição de crianças indígenas de até 5 anos de idade em oito aldeias inseridas no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, que revelou um cenário de desnutrição preocupante. Segundo o estudo, oito em cada dez crianças menores de 5 anos pesquisadas apresentam desnutrição crônica.
A pesquisa teve como foco o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e foi realizada nas aldeias do Polo Base de Auaris, em Roraima, e do Polo Base de Maturacá, no Amazonas. Os dados mostraram que 81,2% das crianças menores de 5 anos pesquisadas tinham baixa estatura para a idade (desnutrição crônica), 48,5% tinham baixo peso para a idade (desnutrição aguda) e 67,8% estavam anêmicas.
A idade da criança se mostrou importante ao analisar a desnutrição. O levantamento mostrou um forte aumento dos índices de desnutrição no período do desmame da criança e introdução da alimentação complementar.
A pesquisa foi financiada e requisitada pelo UNICEF e implementada em parceria com Fiocruz, Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (Cgan), do Ministério da Saúde, e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Contatos para a imprensa
Sobre o UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em mais de 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos.
Acompanhe nossas ações no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, LinkedIn e TikTok.
Você também pode ajudar o UNICEF em suas ações. Faça uma doação agora.