UNICEF amplia iniciativa para a saúde e nutrição de crianças e adolescentes waraos
O projeto aposta no engajamento dos indígenas waraos para ampliar atenção à saúde de refugiados e migrantes nos municípios de Belém, Ananindeua e Santarém, no Pará
Belém, 18 de junho de 2021 – As ações de apoio aos refugiados e migrantes indígenas waraos que vivem em Belém, Ananindeua e Santarém ganham reforço a partir deste mês com a ampliação do projeto de Saúde, Nutrição, Água, Saneamento e Higiene para a população warao, uma parceria entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra Norte). A primeira formação de mobilizadores que atuarão de forma voluntária no projeto ocorreu nos dias 15, 16 e 17 de junho.
Os voluntários foram divididos em dois grupos, um de mães e outro de jovens. Após a formação, eles atuaram com a equipe do projeto na elaboração de materiais de comunicação e na disseminação de informações sobre prevenção em saúde, acesso à rede de atenção à saúde e hábitos de higiene nas comunidades onde vivem, nos municípios de Belém e Ananindeua.
Indígenas waraos também fazem parte da equipe do projeto, composta por nutricionistas e enfermeiras que apoiam os serviços de saúde municipais com atendimentos e encaminhamentos de necessidades de saúde voltadas a crianças, adolescentes e gestantes. O projeto foi ampliado em 2021 e é desenvolvido em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde de Belém, Ananindeua e Santarém.
Anyoli Sanabria Lopez, coordenadora do Território Amazônico do UNICEF, explica que a proposta “é contextualizar a equipe no cenário da resposta humanitária ao fluxo migratório da Venezuela no Brasil e no Pará, oferecendo informações sobre quem são as pessoas que compõem a comunidade warao, a partir do olhar dos próprios indígenas, e como tem sido a adaptação deles no território e nas políticas públicas relacionadas à saúde e ao saneamento”.
Segundo Antônio Carlos Cabral, especialista em Saúde e HIV do UNICEF, o projeto foi reformulado de acordo com os novos Compromissos Centrais pelas Crianças em Ação Humanitária (CCC), do UNICEF. Nesta nova etapa, além de os profissionais de saúde, a estratégia possui uma consultoria e mobilizadores de Água, Saneamento e Higiene. “Essa nova formação da equipe fortalece a saúde que é promovida pelas Secretarias Municipais nos três municípios. Os novos monitores são indígenas waraos que, além de ter uma oportunidade de trabalho, contribuirão com melhores condições de vida para as pessoas de suas comunidades”, afirma Antônio Carlos.
“A parceria entre o UNICEF e a Adra tem sido fundamental com ações que visam qualificar ainda mais a vida dos indígenas waraos, assim como não indígenas acolhidos no nosso município. Com a ampliação, houve a contratação de uma nutricionista, que é determinante por conta da segurança alimentar, visto que é um público que chega a Santarém em extrema vulnerabilidade, tanto econômica quanto em termos de saúde. Assim, conseguimos fortalecer um trabalho intersetorial que já é realizado pela Secretaria de Saúde do município”, pontua Celsa Brito, secretária municipal de Trabalho e Assistência Social.
“No município de Ananindeua, buscamos vincular aos equipamentos públicos, que são instalações e espaços físicos, públicos ou privados, onde é prestado de forma presencial algum tipo de serviço do poder público à pessoa física ou jurídica. As três comunidades de famílias waraos foram vinculadas às equipes de Saúde da Família (eSF) de cada território onde habitam. Essas equipes contam com uma nutricionista, uma enfermeira e ainda monitores da etnia warao, que nos ajudam nessa intermediação idiomática e cultural entre os profissionais brasileiros e os indígenas waraos”, explica William Dias Borges, coordenador das Políticas de Saúde para Povos e Comunidades Tradicionais, no âmbito da Secretaria de Saúde de Ananindeua.
Mariluz del Valle, 30 anos, moradora da comunidade conhecida como Beira Mar, no distrito de Outeiro, em Belém, fala sobre a experiência como monitora de saúde. “Hoje trabalho com meus irmãos refugiados e migrantes venezuelanos indígenas da etnia warao para a melhoria da saúde deles e de suas famílias. E fico muito feliz de estar neste trabalho, poder crescer profissionalmente e oferecer condições de melhoria aos meus filhos em seus estudos”, afirma.
Avanço – Desde 2020, o projeto de Saúde, Nutrição, Água, Saneamento e Higiene para a população warao realizou, em média, avaliações nutricionais mensais com 500 crianças, adolescentes e gestantes; entregou mais de 5 mil kits de higiene para as famílias; ofertou mais de 30 oficinas sobre saúde e alimentação saudável para pais, mães, cuidadores, crianças e adolescentes; adaptou os abrigos para melhorias das condições de vida e para prevenção e controle da Covid-19, entre vários outros resultados de apoio a essa população.
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