OIM, UNICEF e Prefeitura da Cidade de São Paulo se unem para facilitar o ensino a distância de milhares de crianças refugiadas e migrantes

São Paulo, 8 de julho de 2020 – Cerca de 4 mil crianças refugiadas e migrantes de até 8 anos de idade matriculadas na Rede Municipal de Ensino de São Paulo começam a receber, neste mês, o material intitulado: “Trilhas de Aprendizagens”, em diversos idiomas. O objetivo é garantir uma maior inclusão dessa população estudantil que não tem o português como primeira língua, e apoiá-la durante o período de ensino remoto, devido ao fechamento das unidades educacionais ocasionado pela pandemia de Covid-19.
O material traduzido em inglês, francês e espanhol, em complemento ao oficial em língua portuguesa, servirá de apoio à tarefa dos familiares na rotina de aprendizado e ajudará a fomentar uma integração sustentável dessa população. A impressão e a distribuição estão sendo realizadas com o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
“A OIM está comprometida em garantir que os venezuelanos e demais migrantes e refugiados no Brasil tenham acesso a educação, facilitando sua integração econômica sustentável no futuro, alcançando cada menino e menina, não deixando nenhuma criança para trás”, destaca o chefe de missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.
“É fundamental redobrar esforços para garantir que crianças e adolescentes refugiados e migrantes mantenham o vínculo com a escola e continuem aprendendo neste momento de pandemia. É também essencial já ir construindo estratégias para que esses estudantes voltem às escolas assim que reabrirem”, explica a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer.
Para Edith Q., venezuelana, 34 anos, que chegou ao Brasil há cerca de um ano e agora mora em São Paulo, a oportunidade de auxiliar o filho Dylan, de 4 anos, matriculado na pré-escola da rede municipal de ensino, com o material de apoio, facilitará o cotidiano da família nesse período de isolamento social.
"Fico muito feliz com a possibilidade de apoiar meu filho durante o ensino em casa. Tem sido difícil, mas o material em espanhol facilita meu entendimento dos tópicos e assim posso ajudá-lo no estudo e tirar suas dúvidas”, relata Edith. “É muito importante para nossa integração no Brasil e assim posso também focar em buscar oportunidades de trabalho para mim durante este período. Agradeço muito o cuidado e a atenção que a OIM, o UNICEF e o governo brasileiro têm dado ao nosso acolhimento e inclusão no País", finaliza.
Ensino acessível a todas e todos
Após mapeamento da presença de migrantes, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo definiu os idiomas para tradução, tendo em vista a recorrência de estudantes matriculados na rede de nacionalidades que utilizam essas línguas como primeiro idioma. A iniciativa fortalece assim os esforços da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo para um ensino acessível a todas e todos.
“Em tempos de isolamento social, o Núcleo de Educação Étnico Racial (Neer) compreende a equidade como princípio básico e busca atender às necessidades educacionais de meninas e meninos matriculados na Rede Municipal de Ensino a partir da premissa de que todos têm direitos, mas que as peculiaridades e necessidades individuais devem ser atendidas. Traduzir o “Trilhas de Aprendizagens” proporciona acesso e autonomia às famílias que conseguirão realizar as mediações com os bebês e as crianças”, ressalta a coordenadora do Neer, Jussara Santos.
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, por meio do Núcleo Técnico de Currículo (NTC), desde 2017, coordena a produção do “Currículo da Cidade”, material orientador das práticas educacionais da Rede Municipal de Ensino que se pauta nos princípios de equidade, educação integral e educação inclusiva, além de outros documentos que subsidiam as práticas de educadoras e educadores.
Integrante do NTC, o Neer, em parceria com a Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania (SDHC), compreendeu a necessidade de traduzir os cadernos “Trilhas de Aprendizagens”, uma vez que, em tempos de isolamento social, as famílias migrantes são as mediadoras das aprendizagens.
São Paulo é o município brasileiro com o maior número de migrantes e refugiados registrados, contabilizando atualmente mais de 360 mil pessoas, segundo dados da Polícia Federal. É também o segundo município brasileiro a mais receber venezuelanos e venezuelanas via o programa de interiorização do governo federal, com mais de 2.400 beneficiários. A cidade é ainda referência global em boas práticas de governança migratória.
O apoio da OIM nessa atividade é realizado no marco do projeto “Oportunidades – Integração no Brasil”, financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
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