Guerra na Ucrânia leva geração de crianças à beira do abismo, alerta UNICEF

21 fevereiro 2023
Foto mostra uma menina pequena sentada em um balanço. Ao lado dela, um homem (seu pai) está em pé segurando na corda do balanço. Atrás deles há vários prédios destruídos pela guerra.
UNICEF/UN0770708/Filippov
Em Saltivka – uma grande área residencial localizada na região nordeste da cidade de Carcóvia, no leste da Ucrânia –, Oleksandr brinca no parquinho com Michelle, sua filha de 2 anos. Ele e sua esposa estão fazendo tudo o que podem para proteger a filha.
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Kiev/Nova Iorque, 21 de fevereiro de 2023 – No dia 24 de fevereiro de 2023 a guerra na Ucrânia completa 1 ano. Durante 12 meses, o cotidiano de toda uma geração de crianças foi pontuado por medo, violência, perdas e acontecimentos dramáticos. Não há um único aspecto da vida de meninas e meninos que o conflito não tenha impactado – alguns foram mortos, outros foram feridos, forçados a deixar suas casas ou privados da educação e dos benefícios de um ambiente seguro e protegido.

"Crianças na Ucrânia viveram um ano de horror", disse a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell. "Milhões de meninas e meninos dormem com frio e assustados e acordam esperando o fim desta guerra brutal. Crianças foram mortas e feridas, e muitas perderam pais e irmãos, suas casas, escolas e parques. Nenhum menino ou menina deveria ter que suportar esse tipo de sofrimento".

Uma crise econômica, com um grande número de famílias relatando uma perda significativa de renda, e uma crise energética desencadeadas pela guerra foram devastadoras para o bem-estar de crianças e famílias. De acordo com uma pesquisa recente do UNICEF, 80% dos entrevistados relataram uma deterioração em sua situação econômica, enquanto a análise da organização sugere que a porcentagem de meninas e meninos que vivem na pobreza quase dobrou de 43% para 82%. A situação é especialmente crítica para os 5,9 milhões de pessoas que estão atualmente deslocadas na Ucrânia.

A guerra também está tendo um impacto devastador na saúde mental e no bem-estar das crianças. Estima-se que 1,5 milhão de meninas e meninos correm o risco de depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e outros problemas de saúde mental, com potenciais efeitos e implicações a longo prazo.

Crianças e famílias não têm mais acesso a serviços básicos. Mais de 1.000 instalações de saúde foram danificadas ou destruídas por bombardeios e ataques aéreos, com esses ataques matando e causando ferimentos graves em pacientes – incluindo crianças –, bem como em equipes médicas, e restringindo o acesso aos cuidados. Milhares de meninas e meninos que fogem de conflitos em todo o país estão perdendo vacinas vitais para protegê-los contra poliomielite, sarampo, difteria e outras doenças potencialmente fatais.

Desde 24 de fevereiro de 2022, o UNICEF, graças ao apoio da comunidade internacional, forneceu material didático para 770 mil crianças; matriculou 1,4 milhão de meninas e meninos em educação formal e não formal; forneceu saúde mental e apoio psicossocial a 2,9 milhões de crianças e cuidadores; forneceu serviços de resposta à violência baseada em gênero para 352 mil mulheres e crianças; forneceu acesso à água potável para 4,6 milhões de pessoas; forneceu serviços de saúde para 4,9 milhões de pessoas; e forneceu assistência em dinheiro multiuso para 1,4 milhão de pessoas na Ucrânia e 47.494 famílias nos países vizinhos.

"As crianças precisam do fim desta guerra e da paz sustentada para recuperar sua infância, retornar à normalidade e começar a se curar e se recuperar", disse Russell. "Até que isso aconteça, é absolutamente crítico que a saúde mental e as necessidades psicossociais das crianças sejam priorizadas. Isso deve incluir ações apropriadas à idade para fornecer atenção integral, construir resiliência e, especialmente para crianças mais velhas e adolescentes, dar-lhes oportunidades de expressar suas preocupações".

Para agravar ainda mais esse problema, a guerra interrompeu a educação de mais de 5 milhões de crianças, negando aos meninos e meninas o senso de estrutura, segurança, normalidade e esperança que a sala de aula oferece. O acesso limitado às escolas ocorre após dois anos de aprendizado perdido devido à pandemia de covid-19 e mais de 8 anos de interrupção da educação para crianças que vivem no leste da Ucrânia.

O UNICEF continua pedindo o acesso humanitário seguro, rápido e desimpedido e o fim dos ataques a crianças e às infraestruturas de que dependem, incluindo escolas, hospitais e sistemas de água e saneamento; pede também que evitem o uso de escolas no conflito e impeçam o uso de armas explosivas em áreas populosas, diretamente responsáveis pela morte e mutilação de centenas de crianças. Acima de tudo, o UNICEF continua defendendo o fim das hostilidades.

Em dezembro de 2022, o UNICEF lançou seu apelo anual Ação Humanitária para Crianças. O UNICEF requer US$ 1,1 bilhão para atender às necessidades imediatas e de longo prazo de 9,4 milhões de pessoas, incluindo 4 milhões de crianças, dentro e fora da Ucrânia, que continuam profundamente impactadas pela guerra naquele país. O financiamento permitirá que o UNICEF forneça, sustente e expanda serviços críticos em saúde, nutrição, proteção infantil, violência de gênero, água e saneamento e proteção social, juntamente com os esforços governamentais de socorro e recuperação. Isso garantirá a preparação oportuna para deslocamentos internos adicionais e movimentos de refugiados.

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Notas para editores:

Materiais multimídia estão disponíveis aqui: https://weshare.unicef.org/Package/2AM4080ZGVFH

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Luana Ribeiro Piotto
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