Declaração dos diretores do Comitê Permanente Interagências (IASC) sobre Israel e Palestina

05 novembro 2023

Nova Iorque/Genebra/Roma, 5 de novembro de 2023 – Durante quase um mês, o mundo tem observado o desenrolar da situação em Israel e na Palestina em estado de choque e horror perante o número crescente de vidas perdidas e dilaceradas.

Em Israel, cerca de 1.400 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas, segundo as autoridades israelenses. Mais de 200 pessoas, incluindo crianças e adolescentes, foram feitas reféns. Os foguetes continuam a traumatizar as famílias. Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas. Isso é horrível.

No entanto, os horríveis assassinatos de ainda mais civis em Gaza são um ultraje, bem como o corte, para 2,2 milhões de palestinos, do acesso a alimentos, água, medicamentos, eletricidade e combustível.

Em Gaza, segundo o Ministério da Saúde, quase 9.500 pessoas foram mortas, incluindo 3.900 crianças e adolescentes e mais de 2.400 mulheres. Mais de 23 mil pessoas feridas necessitam de tratamento imediato em hospitais sobrecarregados.

Uma população inteira está sitiada e sob ataque, sem acesso aos bens essenciais para a sobrevivência, bombardeada em suas casas, abrigos, hospitais e locais de culto. Isso é inaceitável.

Mais de 100 ataques contra centros de saúde foram relatados.

Dezenas de trabalhadores humanitários foram mortos desde 7 de outubro, incluindo 88 colegas da UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo] – o maior número de vítimas fatais de funcionários das Nações Unidas já registrado num único conflito.

Renovamos o nosso apelo para que as partes respeitem todas as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário e dos direitos humanos.

Renovamos o nosso apelo para a libertação imediata e incondicional de todos os civis mantidos reféns.

Os civis e as infraestruturas de que dependem – incluindo hospitais, abrigos e escolas – devem ser protegidos.

Mais ajuda – alimentos, água, medicamentos e, claro, combustível – deve entrar em Gaza com segurança, rapidez e na escala necessária, e deve chegar às pessoas necessitadas, especialmente mulheres, crianças e adolescentes, onde quer que estejam.

Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato. Já se passaram 30 dias. Basta. Isto deve parar agora.

Signatários:

  • Martin Griffiths, coordenador de Ajuda de Emergência e subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha)
  • Sofia Sprechmann Sineiro, secretária-geral, Care International
  • Jane Backhurst, presidente do Conselho da ICVA
  • Jamie Munn, diretor executivo, Conselho Internacional de Agências Voluntárias (ICVA)
  • Anne Goddard, diretora executiva e presidente a.i., InterAction
  • Amy E. Pope, diretora-geral, Organização Internacional para as Migrações (OIM)
  • Tjada D’Oyen McKenna, CEO, Mercy Corps
  • Volker Türk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH)
  • Janti Soeripto, presidente e diretora executiva, Save the Children
  • Paula Gaviria Betancur, relatora especial das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos das Pessoas Deslocadas Internamente
  • Achim Steiner, administrador, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
  • Natalia Kanem, diretora executiva, Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa)
  • Filippo Grandi, alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur)
  • Maimunah Mohd Sharif, diretora executiva, Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat)
  • Catherine Russell, diretora executiva, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
  • Sima Bahous, subsecretária-geral e diretora executiva, ONU Mulheres
  • Cindy McCain, diretora executiva, Programa Mundial de Alimentos (PMA)
  • Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral, Organização Mundial da Saúde (OMS)

Contatos para a imprensa

Elisa Meirelles Reis
Oficial de Comunicação
UNICEF Brasil
Telefone: (61) 98166 1649
Luana Ribeiro Piotto
Oficial de Comunicação
UNICEF Brasil

Sobre o UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em mais de 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos.

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