Os tesouros escondidos da biodiversidade brasileira

A contribuição vital dos biomas nacionais na construção de um futuro ecológico

#tmjUNICEF
01 setembro 2023

O Brasil possui uma vasta extensão territorial e uma ampla diversidade de vegetação, esses tipos de vegetação formam os biomas, que são ambientes com fauna e flora de características semelhantes. Os biomas brasileiros são divididos em: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Neste texto, abordaremos apenas os biomas da Amazônia e do Cerrado.

O Bioma da Amazônia fica localizado na Região Norte do País, conhecido por abrigar a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical existente. Certamente, você ouviu falar diversas vezes desse bioma e de sua importância na manutenção da biodiversidade do nosso país. No entanto, já parou para pensar na relevância dos outros biomas do Brasil para alcançar esse mesmo objetivo de preservar e manter nossa rica diversidade de ecossistemas?

A biodiversidade compreende uma diversidade de espécies, genes e ecossistemas. Ela engloba toda a vida em nosso planeta, desde microrganismos até animais, plantas e ecossistemas complexos. Sua presença em um território promove o equilíbrio entre os habitantes do planeta. Dessa forma, conservá-la torna-se uma preocupação global, sendo fundamental para garantir a sobrevivência de todas as formas de vida na Terra.

A nossa grande variedade de biomas torna o Brasil o país detentor da maior biodiversidade de flora e fauna do mundo, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Por isso, no mês de setembro são encontradas duas datas comemorativas para celebrar importantes áreas do território brasileiro.

No dia 5 de setembro, é comemorado o Dia da Amazônia, em homenagem à data em que foi criada a Província do Amazonas por D. Pedro II, nos termos da Lei n° 582 em 1850. A Amazônia é um dos patrimônios naturais mais valiosos da humanidade e a maior reserva natural do planeta, com sete milhões de quilômetros quadrados, sendo cinco milhões e meio de florestas.

Outro importante bioma dentro do ecossistema brasileiro é o Cerrado. Sendo muitas vezes ofuscado pela fama da Amazônia, o Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, abrangendo uma extensão de 24% do território nacional e desempenhando um papel vital na biodiversidade e na manutenção do equilíbrio ecológico do País. Apesar de sua aparência árida e vegetação baixa, estima-se que o Cerrado abrigue mais de 10.000 espécies de plantas nativas, das quais cerca de 45% são endêmicas, ou seja, só são encontradas nessa região. Além disso, é lar de aproximadamente 837 espécies de aves, 120 de mamíferos, 150 de anfíbios e 120 de répteis. Esse bioma é fundamental para a manutenção do equilíbrio hidrológico nacional, uma vez que as chuvas na região são responsáveis por abastecer diversos aquíferos e nascentes. Essas nascentes alimentam algumas das principais bacias hidrográficas do País sendo, no Cerrado, a gênese da vida do Rio São Francisco, um dos mais importantes cursos d'água do Brasil e da América do Sul. Isso desempenha um papel fundamental no ciclo d’água brasileiro e no abastecimento de recursos hídricos para cidades.

Além disso, existe um dia nacional em reconhecimento à relevância do bioma do cerrado, celebrado no dia 11 de setembro por meio de um decreto assinado em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em homenagem ao ambientalista Ary José de Oliveira. Essa data destaca a importância do berço das águas brasileiras e a luta contra as ameaças e os desafios ocasionados pela pecuária e desmatamentos desenfreados por toda a extensão do bioma, que afetam negativamente a biodiversidade do Cerrado, causando a extinção de espécies nativas da região e desequilíbrios nos ecossistemas.

Cada vez mais a preocupação com as florestas e a vida existente nela aumentam. A retirada das árvores dilata o problema do efeito estufa, faz com que espécies percam seus habitats e promove a desertificação. Segundo um estudo do Global Forest Watch, em 2021 foram perdidos 11,1 milhões de hectares de floresta, aumentando a emissão de dióxido de carbono e ameaçando a biodiversidade.

O que é reflorestamento?

O reflorestamento se refere a recuperação das áreas afetadas pelo desmatamento por meio do plantio de novas árvores endêmicas. A recuperação pode ocorrer por interferência do ser humano ou de forma natural, sendo a primeira podendo ocorrer por meio de tecnologias de plantio como a utilização de robôs e a última por meio de animais.

As florestas e os oceanos são considerados os pulmões do planeta, uma vez que esses absorvem cerca de 2 milhões de toneladas de gás carbônico emitidas ao longo do ano. Logo, a preservação e manutenção dos biomas se torna de extrema relevância. E, com isso, surge a necessidade de recuperação florestal nas áreas atingidas pela desertificação e outros fenômenos nos diferentes biomas, pois as árvores assumem um papel de filtro de dióxido de carbono deixando o ar mais puro. Além disso, as árvores são responsáveis por reter calor em sua estrutura física, fazendo com que os ambientes fiquem com um clima mais suave e aumentando a qualidade de vida, além de ser provedoras de biodiversidade, produzindo frutos e servindo de abrigo às espécimes.

Em síntese, a recuperação florestal emerge como um componente vital para promover uma sociedade e economia mais sustentável. Ao investir em programas de reflorestamento e na revitalização de ecossistemas, conquistamos benefícios multifacetados: melhor qualidade do solo, maior retenção hídrica, menos poluição e criação de habitats naturais para todos os seres vivos, além de preservar a biodiversidade de várias maneiras, o que é de grande importância para o crescimento de um ecossistema saudável.

Os benefícios do reflorestamento são notáveis, podemos mencionar os fatores ambientais que incluem redução do escoamento de águas pluviais, preservação de fontes de água, proteção e restauração de habitat. Do ponto de vista econômico, gera oportunidades de emprego por meio de programas de reflorestamento e a proteção dos valores das propriedades contra tempestades. Além desses ganhos, os aspectos sociais emergem como prioridade, resultando em melhorias na saúde pública ao enfrentar o aquecimento global e aprimorar a qualidade do ar.

Em suma, a prática do reflorestamento transcende os limites da preservação ambiental, moldando um futuro sustentável e resiliente para as gerações vindouras. Seu impacto se estende por diversos domínios, reafirmando a importância intrínseca de uma abordagem que equilibra ecologia, economia e bem-estar humano.

Referências:

Redação: Amanda Lopes Carvalho, Luana Di Giacomo Levasier, Manuela Pires,Marie Clayre, Paola Raquel
Revisão: Beatriz Ilek Rey, Nathália S. Marinho, Veida Andrade

Blog escrito pelas voluntárias e pelos voluntários do #tmjUNICEF, o programa de voluntariado digital do UNICEF. São adolescentes e jovens de todo o Brasil que participam de formações sobre direitos de crianças e adolescentes, mudanças climáticas, saúde mental e combate às fake news e à desinformação.

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