O ativismo climático juvenil vem ganhando cada vez mais força, dando voz a uma geração determinada a enfrentar a crise climática que ameaça o nosso planeta. À medida que as evidências científicas do aquecimento global tornam-se cada vez mais alarmantes, jovens de todo o mundo se unem para mobilizar recursos e demandar ações concretas para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Esse fenômeno não é apenas um movimento social, mas também um chamado à responsabilidade e à ação coletiva, demonstrando que a juventude está pronta para liderar o caminho em direção a soluções climáticas significativas.
O ativismo jovem exerce um papel fundamental quando o assunto é pressionar autoridades que tomam as decisões. Com isso, mobilizações que despertam o interesse de milhares de pessoas a respeito dos impactos das mudanças climáticas acompanham a expansão desse movimento. O aumento de jovens ativistas ocorre em diversos países ao longo do globo, assim como no Brasil.
Não é necessário conviver diretamente com a geração Z, para perceber o comprometimento de muitos deles com o futuro do nosso planeta. Basta uma breve busca nas redes sociais para testemunhar a fervorosa dedicação dos jovens ativistas nascidos entre 1995 e 2010. É cada vez mais frequente deparar com nomes como o de Greta Thunberg, a adolescente sueca que deu origem ao movimento "Fridays for Future" e se tornou um ícone do ativismo da sua geração, utilizando a sua voz para protestar e demandar ações concretas das lideranças globais na mitigação da crise climática e na preservação do futuro da Terra. Como ressaltou a igualmente notável ativista filipina Mitzi Jonelle Tan, “isso não diz respeito apenas ao clima e ao meio ambiente; é uma questão de justiça”.
As emergências climáticas assolam progressivamente o planeta, que se esgota devido à exploração excessiva e ao descontrole no consumo, colocando em perigo o futuro, sobretudo dos jovens. Apesar de as manifestações terem sido protagonizadas por ativistas jovens em relação a esse tema, foi a partir das greves lideradas pela sueca Greta Thunberg que os jovens de todo o mundo se sentiram empoderados e se uniram para protestar contra a crise climática. A partir desse movimento, diversos grupos, como o "Fridays For Future", com uma estrutura de liderança horizontal que concede a todos os mesmos direitos de expressão e representação, emergiram com participantes jovens de todas as partes do mundo. No Brasil, esse grupo atua em várias frentes e questões, contribuindo significativamente para amplificar as vozes dos jovens e fomentar a conscientização acerca da urgência de ações climáticas eficazes.
Greves estudantis, como o "Fridays For Future", são uma forma eficaz de os jovens pressionarem os líderes mundiais a que tomem medidas contra as mudanças climáticas. Greves como essas são uma demonstração de que os jovens estão dispostos a lutar pelo futuro do planeta. Para além das greves, os jovens estão se engajando em campanhas de conscientização. Muitas organizações estão empenhadas em educar o público sobre os impactos das mudanças climáticas e sobre as ações necessárias para combatê-las. Um exemplo em destaque é o "#EntreNoClimaUNICEF", do UNICEF Brasil, cujo um dos seus objetivos é conscientizar os jovens sobre a importância de agir para proteger o meio ambiente.
Ações diretas também são uma ferramenta à disposição dos jovens na luta contra as mudanças climáticas. Essas ações podem incluir atos de desobediência civil, como a ocupação de prédios públicos ou bloqueio de estradas. Um exemplo a ser destacado é a campanha global "Extinction Rebellion", que tem como objetivo pressionar os governos a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger a biodiversidade.
Aqui no Brasil temos o exemplo incrível da jovem indígena Txai Suruí, única brasileira a discursar na abertura da 26° Conferência do Clima (COP26), em que trouxe à tona os problemas sofridos pelos povos indígenas da Amazônia na defesa do seu território. Desde muito nova, ela acompanhou a luta dos pais pela proteção das terras onde vive, no estado de Rondônia, região ameaçada pelo garimpo ilegal. Atualmente, ela é responsável por coordenar o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, organização fundada por ela em 2020 que ultrapassa a marca de 1,7 mil membros.
As mudanças climáticas estão cada vez mais em evidência e, dessa forma, muitos jovens da geração Z têm lutado para a conscientização da população. Infelizmente, a mudança não acontece do dia para a noite, o que torna essa luta longa. Porém, se não começarmos o mais cedo possível, as consequências negativas das variações climáticas vão afetar o dia a dia da população cada vez mais. Não são apenas os jovens que podem agir para proteger o meio ambiente, todos podem e, para isso, não é necessário ser um super biólogo ou cientista. O ativismo climático surge quando entendemos o contexto em que estamos inseridos e utilizamos a nossa voz para conscientizar aqueles que estão à nossa volta, pressionando as autoridades para a adoção de novas políticas públicas que visem à conservação dos ecossistemas, visto que somente a conservação da biodiversidade que nos torna capazes de continuar vivendo no nosso lar, a Terra.