UNICEF lança a segunda fase da plataforma “Internet Que Kuia”
A plataforma disponível em Angola desde de 2018 reduz o foço digital e tem transformado a vida de várias pessoas por meio do acesso à informação.

O UNICEF realizou, em Luanda o lançamento da segunda fase da “Internet Que Kuia”, uma plataforma digital que disponibiliza aos jovens, adolescentes, mulheres gestantes e cuidadores de crianças informações relevantes sobre as suas principais preocupações.
Dicas sobre direitos da criança, cuidados durante a gestação e com recém-nascidos, vacinação, nutrição, a saúde mental e sexual dos adolescentes, assim como a segurança digital, são disponibilizadas na plataforma.
Conhecida como “Internet of Good Things”, a plataforma foi lançada internacionalmente pelo UNICEF, em 2015, e leva informação à população de mais de 63 países, em parceria com operadores de telecomunicações.
Em Angola, a denominação da iniciativa foi adaptada para Internet Que Kuia (internetquekuia.org), e apresentada publicamente, pela primeira vez, em 2018. Até ao momento, no país, a plataforma conta com o registo de mais de 500 mil consultas.
A segunda fase da iniciativa apresentada a jovens estudantes do Instituto de Saúde Divina Providência em província de Luanda, traz mais conteúdos para jovens e adolescentes, diferente da primeira fase onde o conteúdo era maioritariamente virado para pais e cuidadores de crianças.
Nesta segunda fase pretende-se promover que mais jovens e adolescentes tenham acesso as informações relevantes para a protecção e desenvolvimento pessoal.
O princípio da Internet Que Kuia é simples: a informação pode mudar a vida das pessoas. Uma mãe com informação pode proteger o seu bebé de várias doenças; um líder comunitário com informação pode mudar a vida da sua comunidade ao provocar mudanças positivas de comportamento; um adolescente informado pode ajudar os amigos e colegas a evitar o VIH e a acabar com mitos relacionados com a sexualidade, enquanto as crianças podem aprender sobre os seus direitos.

O evento de lançamento da segunda fase, realizada no Instituto Médio de Saúde Divina Providência, contou com a participação do Secretário de Estado para o Ensino Pré-Escolar e Primário, Pacheco Francisco, o Director Municipal da Educação do Município do Kilamba Kiaxi, Félix João, a gestora sénior de Responsabilidade Social da UNITEL, Cecília Fernandes, o representante Adjunto do UNICEF em Angola, Andrew Trevett, e mais de 100 estudantes do Instituto Médio.
De acordo com o Representante Adjunto do UNICEF em Angola, “em muitos países, a plataforma está a ajudar as comunidades e os trabalhadores da linha da frente, como enfermeiros, agentes comunitários, professores, a acederem e maneira rápida, e a partir de zonas recônditas, a conteúdos educativos e informações que salvam vidas”.
Andrew Trevett agradeceu os parceiros na implementação desta iniciativa no país, encorajou os jovens e adolescentes presentes no evento a visitarem a plataforma e aproveitarem os recursos e informações que disponibiliza.
“Aos rapazes e raparigas presentes nesta sala pedimos que usem ao máximo esta ferramenta. Esperamos que seja uma verdadeira fonte de informação para vocês e os vossos amigos. Dediquem algum tempo para realizar debates na escola a volta destes temas que são de extrema relevância para o vosso desenvolvimento e da vossa comunidade”, aconselhou aos estudantes.

O Secretário de Estado Pacheco Francisco, em representação da Ministra da Educação, apelou a necessidade de se continuar a trabalhar para inserção dos adolescentes e crianças no mundo digital, com foco na qualidade dos conteúdos disponibilizados na internet e no equilíbrio entre as actividades virtuais e as realizadas no “mundo real”, tais como brincar ao ar livre, alimentar-se, estudar e dormir.
O representante do Ministério da Educação reiterou o apoio deste órgão do Governo na implementação desta plataforma e de outras iniciativas que visam ao bem-estar das crianças, adolescentes e jovens.
Por sua vez Cecília Fernandes, destacou que “o envolvimento da UNITEL nesta iniciativa como uma sinal do compromisso com o presente e o futuro dos jovens angolanos e com o desenvolvimento do capital humano de modo geral”.

Uma plataforma inclusiva
O relatório “Quantas crianças e jovens têm acesso à Internet em casa?”, lançado há dois anos pelo UNICEF e a União Internacional de Telecomunicações (UIT), apontava que 759 milhões ou 63% de jovens entre os 15 e os 24 anos de idade estavam desconectados, ou sem acesso a internet em casa.
Tal exclusão acaba por perpetuar desigualdades que já dividem países e comunidades, pois crianças e jovens das famílias mais pobres, rurais e de estados de baixa renda estão cada vez mais para trás em relação aos seus pares que têm mais acesso à internet.
A inclusão digital dos jovens, de modo geral, e em particular o acesso à internet, aumenta oportunidades para reduzir desigualdades, especialmente quando combinada com práticas educacionais inclusivas, que contribuem para o autoconhecimento e a inteligência emocional.
Por isso, o UNICEF implementa esta iniciativa em parceria com as operadoras de telecomunicações, que asseguram que os utilizadores da sua rede não gastem saldo de dados para ter acesso ao site, contribuindo assim para um dos principais objectivos da plataforma: promover a inclusão digital de adolescentes e jovens. Em Angola, a operadora UNITEL é parceira do UNICEF, os utilizadores da sua rede usam plataforma sem custos.
Para a representante da UNITEL, a parceria assinala o compromisso da sua operadora de continuar a contribuir para os sectores da “educação, saúde, empoderamento económico, paz, cultura e desporto, onde centro da actuação é a pessoa”.
Fátima Bandi, uma das estudantes do Instituto Divina Providência, destacou a importância desta iniciativa para si, principalmente para a obtenção de informações úteis sobre os cuidados a ter na fase da puberdade, as mudanças que ocorrem nos corpos das meninas e como lidar com elas.
